Lançado a 14 de Fevereiro de 2005, por três desenvolvedores americanos, o YouTube completa hoje 20 anos. Surgiu da vontade de facilitar o acesso a vídeos virais da época, em especial à polémica performance de Justin Timberlake e Janet Jackson no Super Bowl de 2004.
O rápido sucesso da plataforma levou-a a ser adquirida pela Google, um ano após a sua fundação. Na celebração do seu 20.º aniversário, descubra seis factos interessantes sobre as duas décadas de existência do site de vídeos online.
A criação do YouTube está relacionada com o Super Bowl
A ideia de fundar o YouTube surgiu depois que Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim quiseram criar um ambiente onde pudessem aceder facilmente aos vídeos populares da época, especialmente a polémica apresentação de Justin Timberlake e Janet Jackson no Super Bowl de 2004. Nessa ocasião, o cantor rasgou parte da roupa da artista e expôs os seus seios. Muito antes de existir o termo “viralização”, o vídeo foi amplamente partilhado pelo e-mail e em fóruns online.
Como resultado, o conceito da plataforma foi patenteado e a marca, o logótipo e o domínio registados a 14 de Fevereiro de 2005. É por isso que este dia é considerado o aniversário do serviço, apesar de o primeiro vídeo só ter sido publicado dois meses depois.
O primeiro vídeo foi sobre uma visita a um zoológico
O primeiro vídeo do YouTube foi publicado a 24 de Abril de 2005. Trata-se de uma gravação amadora feita por Jawed Karim, onde aparece a mostrar elefantes no zoológico de San Diego, na Califórnia, e a descrever as trombas dos animais. O arquivo tem 18 segundos de duração e foi partilhado com um título simples e objectivo ‘Me at the zoo’ (Eu no zoológico). O conteúdo já acumulou mais de 348 milhões de visualizações.
Foi comprado pela Google por 1,65 mil milhões de dólares
Apesar de fazer parte do catálogo da Google, o YouTube não foi criado pela gigante tecnológica. A empresa de buscas, já estabelecida como líder em pesquisas na Internet, viu o potencial da plataforma e, em Outubro de 2006 – um ano após o seu lançamento – comprou a ferramenta de partilha de vídeos por 1,65 mil milhões de dólares. Essa foi a aquisição mais cara da Google até hoje.
O rápido sucesso da plataforma levou-a a ser adquirida pela Google, um ano após a sua fundação
O pagamento aos criadores começou em 2007
Em Maio de 2007, o YouTube, agora propriedade da Google, lançou o seu programa de parceiros, que viria a tornar-se o modelo de monetização do serviço. A plataforma começou a permitir que pessoas comuns fossem pagas financeiramente por conteúdos que se tornassem virais na comunidade – um modelo que foi mais tarde adoptado por plataformas como o TikTok e o Instagram. Na altura, alguns utilizadores conseguiram mostrar os seus passatempos e obter rendimentos no YouTube, um movimento que ainda hoje se verifica.
O aluguer de filmes começou em 2009
A possibilidade de alugar filmes no YouTube começou em 2009, quando a plataforma decidiu focar-se em vídeos mais longos. Na época, havia poucas longas-metragens, já que o serviço priorizava programas de TV para aluguer. O catálogo de filmes incluía os de Bollywood, documentários e produções da MTV, por exemplo. A biblioteca de televisão oferecia séries como Star Trek, A Família Addams, Happy Tree Friends e Mythbusters. Actualmente, continua a ser possível alugar facilmente filmes do YouTube no computador, no telemóvel e Smart TV, com um catálogo mais atractivo.
Gangnam Style foi o primeiro vídeo a atingir mil milhões de visualizações
O vídeo da música ‘Gangnam Style’ foi o primeiro a atingir mil milhões de visualizações no YouTube. O ficheiro foi publicado na conta da estrela pop coreana Psy a 15 de Julho de 2012 e atingiu o marco em Dezembro do mesmo ano. Na altura, o contador de visualizações do serviço teve de ser actualizado para atingir o elevado número de visualizações. Em 2020, o vídeo foi ultrapassado pela canção “Despacito”, mas o êxito do k-pop já tinha feito história. Actualmente, Gangnam Style tem mais de cinco mil milhões de visualizações e está na lista dos 20 melhores vídeos musicais do mundo na plataforma.
O que podemos esperar do YouTube nos próximos anos?
A expectativa é que o YouTube invista ainda mais na integração da plataforma com o uso da Inteligência Artificial (IA). De acordo com Kenneth Corrêa, professor da fundação brasileira Getúlio Vargas (FGV) e especialista em Dados, Inteligência Artificial e Metaverso, o serviço deve utilizar a tecnologia para desenvolver uma “personalização extrema da experiência do utilizador”. Segundo Corrêa, o algoritmo do YouTube “criará experiências únicas para cada espectador, incluindo destaques personalizados de eventos desportivos e versões adaptativas de conteúdo, com base nas preferências individuais.”
O conceito da plataforma foi patenteado e a marca, o logótipo e o domínio registados a 14 de Fevereiro de 2005. É por isso que este dia é considerado o aniversário do serviço, apesar de o primeiro vídeo só ter sido publicado dois meses depois
Além disso, a incorporação da IA nativa na plataforma deve ser vital para os criadores, especialmente porque revoluciona as ferramentas de criação existentes no YouTube. O especialista explica que a criação de conteúdos inteiros a partir de comandos de texto é uma possibilidade real e está entusiasmado com a dobragem automática, que estará disponível para todos os criadores do YouTube Partner Programme até ao final de Fevereiro: “Imagine criar um vídeo explicativo em português e ter versões automáticas em várias línguas, mantendo a sua voz e expressões.”
Outro ponto a ser levado em consideração para o futuro do YouTube é que, apesar de ter sido criado para ser apenas uma plataforma de partilha de vídeos, o site tornou-se um ambiente de negócios e deve investir ainda mais nas produções feitas pelos criadores de conteúdo. Kennet Corrêa acredita que os criadores, principalmente os focados em conteúdo educacional e profissional, “já demonstraram como é possível construir negócios educacionais robustos na plataforma, e isso só tende a crescer.”
A possível tendência foi confirmada por Neal Mohan, CEO do YouTube, numa carta aberta divulgada esta semana à comunidade. De acordo com a declaração, “no ano passado, mais de 50% dos canais que ganhavam cinco dígitos ou mais (USD) no YouTube obtinham dinheiro de outras fontes para além dos anúncios e do YouTube Premium”. As receitas são provenientes de investimentos feitos pela plataforma, como o Channel Club, comunidades e a chegada do Hype, função que impulsiona vídeos de pequenos criadores.
Fonte: Techtudo