Moçambique está a reforçar o seu compromisso de maximizar a exploração de petróleo e gás para promover a industrialização e transformação económica. Esta foi a mensagem central da mesa redonda “Invest in African Energies”, realizada em Maputo, nesta quinta-feira (13), em parceria com a Câmara Africana de Energia (AEC, em inglês).
De acordo com o The Vaultz News, o presidente da Câmara de Energia de Moçambique, Florival Mucave, enfatizou a necessidade de o País maximizar a exploração e a produção no sector da energia, no sentido de erradicar a pobreza e impulsionar o crescimento económico sustentável. No seu discurso de abertura, o responsável apresentou uma visão arrojada e optimista para o futuro energético local.
“O nosso módulo como nação em desenvolvimento é ‘Drill Baby Drill’ – abordagem agressiva e imediata para aumentar a produção de petróleo e reduzir a dependência de importações de energia – e explorar plenamente o nosso potencial de crude e gás para alimentar a industrialização”, destacou Mucave, sublinhando que esta estratégia é o melhor meio para Moçambique aproveitar os benefícios significativos dos seus vastos recursos energéticos, que podem potencialmente transformar a paisagem económica nacional.
Apesar do crescente discurso global sobre as alterações climáticas e o impulso para fontes de energia mais limpas, Mucave enfatizou que o País “não se pode dar ao luxo de ignorar os seus recursos naturais para acelerar o desenvolvimento industrial e social.”
Por outro lado, NJ Ayuk, director-executivo da AEC, lembrou a necessidade de se estimular as parcerias entre os sectores público e privado para garantir a exploração sustentável dos recursos. “A história da energia em Moçambique continua a ser escrita, mas deve ser feita de forma correcta dando prioridade ao conteúdo local, evitando a nacionalização dos recursos e reforçando as parcerias com empresas globais e locais – elas não são nossas adversárias.”
O responsável exortou o País a resistir à desvalorização global dos combustíveis fósseis, argumentando que enquanto as nações desenvolvidas continuam a beneficiar do petróleo e do gás, as nações africanas devem explorar plenamente os seus recursos. “Quando nos dizem que o petróleo é mau, mas continuam a beneficiar dele, temos de produzir cada gota para nos capacitarmos. Não se desculpem por desenvolver este recurso dado por Deus. A Câmara continuará a apoiar-vos”, frisou.

O representante argumentou que o território nacional possui algumas das maiores reservas de gás natural de África, particularmente na bacia do Rovuma, onde estão em curso grandes projectos de gás natural liquefeito (GNL).
A abordagem “Drill Baby Drill” de Moçambique sublinha a sua determinação em maximizar os seus recursos de hidrocarbonetos como um caminho para a prosperidade económica. Com um forte apoio governamental, investimentos estrangeiros e políticas de conteúdo local, o País tem o potencial de se transformar numa grande potência energética em África.
À medida que Moçambique enfrenta desafios, como os riscos de segurança e as políticas climáticas, a colaboração contínua entre os sectores público e privado será essencial para alcançar a sustentabilidade a longo prazo na indústria do petróleo e do gás.