A Empresa Moçambicana de Seguros (Emose), a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) e os Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), empresas participadas pelo Estado, deverão avaliar brevemente a proposta de aquisição de 91% das acções financeiras do Estado nas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
A informação foi concedida na sexta-feira, 7 de Fevereiro, em Maputo, pelo porta-voz do Governo e também ministro da Administração Estatal e Função Pública, Inocêncio Impissa, em conferência de imprensa durante a qual anunciou os últimos desenvolvimentos sobre a operação de venda de 91% das acções do Estado na LAM.
Segundo o governante, citado pela Agência de Informação de Moçambique, as empresas autorizadas a adquirir a participação do Estado na LAM deverão avaliar as suas condições de aquisição, bem como aprovar os modelos de financiamento da compra.
“Neste caso, as empresas têm a possibilidade de analisar a proposta do negócio, colocar os seus especialistas a analisarem os vários cenários, examinar o estudo realizado e decidir-se sobre o negócio”, disse Impissa.
O porta-voz do Governo afirmou que o Estado tomou esta decisão após a conclusão de um estudo de avaliação dos mecanismos a adoptar para a revitalização da companhia, tendo-se concluído que a venda de acções a empresas estatais seria a melhor forma de introduzir fundos para a reestruturação e aquisição de oito aeronaves.
“Esta decisão foi tomada após uma avaliação de vários cenários, incluindo a possibilidade de privatização da LAM. Também foi realizada uma auditoria forense que permitiu perceber e compreender até que ponto esta medida seria racional e prudente”, acrescentou.
Inocêncio Impissa revelou ainda que todos os cidadãos terão a possibilidade de acompanhar e monitorizar o avanço deste processo, que deverá iniciar brevemente.
O responsável salientou que, por detrás deste investimento, está prevista uma série de medidas que serão tomadas para a concretização do negócio, cuja viabilidade tem sido questionada pela sociedade e por vários analistas.
Nos últimos dez anos, a LAM, que chegou a operar com apenas dois aviões, tem sido abalada por uma crise financeira associada a práticas de corrupção na aquisição de serviços, tendo acumulado dívidas com fornecedores avaliadas em mais de 14,5 mil milhões de meticais (230 milhões de dólares).