O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, revelou que os protestos pós-eleitorais que aconteceram no País por mais de dois meses “mataram quase” 40% do tecido industrial nacional, pelo que defendeu a adopção de uma política macroeconómica sólida para ajudar no processo de recuperação.
Falando neste quinta-feira, 6 de Fevereiro, em Maputo, Vuma alertou que “os discursos emocionais podem assustar o mercado”, pelo que apelou ao patriotismo “na busca de uma solução” para o mercado, sobretudo depois das manifestações violentas que destruíram quase 40% do tecido industrial moçambicano.”
Em Dezembro, o sector privado estimou que mais de 500 empresas foram vandalizadas durante os protestos convocados pelo ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, levando 12 mil pessoas ao desemprego. Neste sentido, o responsável afirmou que os empresários estão numa fase de recuperação, e que, nesta, “consideramos muito necessária a presença de uma política macroeconómica sólida. Nós almejamos que o Banco de Moçambique (BdM) ande de mãos dadas com a visão do novo Governo, combatendo a inércia, aumentando a produção e lutando também contra as situações que prejudicam a macroeconomia para financiar o mercado produtivo”, defendeu.

O dirigente da CTA indicou que 67 empresas e gestores tiveram um encontro com o Presidente da República, Daniel Chapo, no qual se acordou a inclusão do sector privado no grupo governamental que está a avaliar os impactos dos protestos.
“Se estivermos num cenário em que não há nenhuma medida, assim como estamos, com o tecido industrial delapidado, infra-estruturas delapidadas, desemprego e empresas sem capacidade de financiar a sua própria recuperação para repor a sua capacidade produtiva, não iremos muito além daquilo que conseguimos fazer no ano passado. Será muito abaixo disso”, afirmou o director-executivo da CTA, Eduardo Sengo.
O dirigente explicou que o crescimento económico do País em 2025 está dependente de pacotes e medidas de apoio às empresas, de forma a permitir a recuperação dos seus equipamentos e infra-estruturas vandalizadas durante as manifestações pós-eleitorais, garantir o ‘stock’ de mercadorias e assegurar os empregos.