A expressão da língua inglesa “new money” é utilizada para referir-se a pessoas que, apesar de não terem nascido em famílias ricas, conseguiram construir a sua riqueza ao longo do tempo.
Os dicionários de português classificam este termo como “algo que emerge”, “que surge de dentro para fora”, “que resulta de”, “que é consequência de algo”, enfim, algo que sai de uma posição inferior para uma superior. Em termos mais corriqueiros, pode-se falar que um emergente é aquele que nasceu dentro de um extracto social considerado mais baixo e, um tempo depois, adquiriu alguma riqueza, proveniente do seu trabalho, recebimento de heranças etc.
Quais são as características de um “new money”?
A origem dos novos ricos costuma ser através de negócios agro-pecuários, do futebol ou da música. Independentemente da forma como chegaram ao grupo dos milionários, algumas características comportamentais costumam ser comuns nesse meio. O especialista Claudio Diniz, que escreveu o livro O Mercado do Luxo no Brasil: Tendências e Oportunidades, aponta, na sua obra, algumas das peculiaridades do “new money”:
Idade entre 40 e 50 anos
Aqueles que enriquecem através de trabalhos “comuns” levam um pouco mais de tempo para juntar a sua fortuna. Caso não sejam jogadores de futebol ou vencedores de uma competição na TV, o primeiro milhão talvez só surja com a chegada da meia idade.
Preocupação em não deixar de ser rico
Pelo facto de terem trabalhado a vida inteira para conseguirem a sua fortuna (salvo excepções), o começo da nova vida é marcado pela insegurança. Por essa razão, os emergentes não gastam exageradamente e costumam ser mais discretos, mais reservados.
Auto-afirmação
Característica considerada como a segunda fase da vida como milionário. A partir desse momento, o novo rico passa a ser mais consumista, optando sempre por comprar produtos de luxo. Além disso, quer mostrar à sociedade que já não é pobre e que pode ter tudo quanto os outros ricos também têm. A diferença é que quem é rico há mais tempo tende a ter comportamentos mais discretos e menos exibicionistas.
Passados alguns anos desde a mudança de status social, o emergente tende a ficar mais estável em relação às suas emoções, o que gera mudanças significativas de comportamento. A super exposição dá lugar à observação. Graças a ela, é possível perceber que o exagero não traz benefícios e não é aceite por boa parte dos ricos tradicionais.
Como é que o emergente é visto pelos outros ricos?
De uma maneira geral, a pessoa que enriqueceu, em algum momento da vida, vai passar a preocupar-se mais com a própria imagem, tomando certos cuidados para que não seja um destaque negativo entre os seus pares.
Essa preocupação baseia-se no facto de os emergentes possuírem hábitos e gostos inadequados do ponto de vista daqueles que já nasceram numa classe social mais abastada. O comportamento do “new money”, muitas vezes visto como destoante da classe social a que pertencem, tem, geralmente, origem na formação desse indivíduo, que cresceu num ambiente marcado pela simplicidade e pela necessidade de racionalizar os gastos, contexto que costuma ser mais uma das causas do preconceito sofrido.
Fonte: Mais Retorno