O ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, admitiu que os cortes de financiamento que estão a ser implementados pelo Governo norte-americano poderão afectar alguns projectos estruturantes em Moçambique.
Valá destacou haver vários projectos ligados à área das infra-estruturas que estão a ser executados no País, com destaque para a província da Zambézia no âmbito do Millennium Challenge Account, temendo que o mesmo possa ficar comprometido.
“Temos, por exemplo, o caso da província da Zambézia, na região Centro, que beneficiou de mais de 500 milhões de dólares do Millennium Challenge Account para um projecto importante de transformação económica e social”, recordou, citado numa publicação da Rádio Moçambique.
O governante recentemente empossado sublinhou que espera que o Governo de Donald Trump faça uma reflexão a nível interno para que se retome a cooperação entre Moçambique e os EUA, visto que estes são tidos como um parceiro importante.

“O Executivo norte-americano é um parceiro importante para Moçambique, por isso, esperamos que este seja apenas um período de reflexão interna, de modo a fazer ajustes nas suas estratégias. Penso que eles depois vão rever os acordos”, argumentou.
Em Dezembro passado, foi noticiado que estava previsto, para finais de Janeiro de 2025, o lançamento de um concurso para a construção da ponte sobre o rio Licungo e da estrada circular, na província da Zambézia, sendo que a materialização da empreitada, o Governo contava com um financiamento de 500 milhões de dólares (31,6 mil milhões de meticais) disponibilizado pela agência norte-americana Millennium Challenge Corporation (MCC).
Conforme a publicação, o projecto prevê a construção de uma nova ponte de 1800 metros de comprimento, cerca de 5000 metros a jusante da actual travessia, bem com a 16 quilómetros de nova estrada de acesso para ligar a ponte à N1.
Recentemente, o Presidente norte-americano afirmou que a agência dos Estados Unidos para a ajuda externa é dirigida por “extremistas loucos”, que devem ser expulsos, ao justificar a decisão de colocar funcionários do organismo em licença forçada.
“A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) é dirigida por extremistas loucos e a Casa Branca está a tentar expulsá-los”, disse Trump neste domingo, 2 de Fevereiro.