Um grupo de cientistas desenvolveu um método que acelera a evaporação da água do mar, facilitando a sua dessalinização e tornando-a acessível ao consumo humano.
De acordo com o site Saneamento Ambiental, actualmente, mais de um terço da população mundial enfrenta desafios relacionados com o acesso à água potável. A escassez de água é agravada por factores como o crescimento demográfico, as alterações climáticas e a poluição. A dessalinização tradicional, embora eficaz, é frequentemente cara e consome muita energia, o que limita a sua aplicação em grande escala.
A nova tecnologia utiliza materiais avançados para aumentar a taxa de evaporação da água do mar. Ao acelerar este processo natural, é possível obter água doce de uma forma mais eficiente e sustentável. Além disso, a técnica pode ser integrada nos sistemas de dessalinização existentes, aumentando a sua capacidade sem necessidade de investimentos significativos em infra-estruturas.
“A chave para este avanço reside no processo de troca iónica na interface ar-água. Os minerais enriquecem selectivamente os iões de magnésio e cálcio da água do mar para as superfícies de evaporação, o que aumenta a taxa de evaporação da água do mar. Este processo de troca iónica ocorre espontaneamente durante a evaporação solar, tornando-o muito conveniente e económico”, explicou Haolan Xu, professor da Universidade da Austrália do Sul
Actualmente, mais de um terço da população mundial enfrenta desafios relacionados com o acesso à água potável. A escassez de água é agravada por factores como o crescimento demográfico, as alterações climáticas e a poluição
Os especialistas acreditam que esta inovação pode beneficiar directamente milhares de milhões de pessoas, especialmente em regiões que sofrem de graves carências de água doce durante, pelo menos, quatro meses por ano. A aplicação desta tecnologia poderia reduzir a dependência das fontes de água subterrânea, que são frequentemente sobreexploradas, e atenuar os efeitos das secas prolongadas.
Para além do impacto directo no abastecimento de água potável, a tecnologia pode contribuir para a agricultura de regadio, aumentando a produção alimentar em zonas com recursos hídricos limitados. Isto é particularmente relevante num contexto de procura crescente de alimentos e recursos naturais.
Embora ainda em fase de desenvolvimento, a expectativa é que, com investimento adequado e apoio governamental, a tecnologia possa ser ampliada e implementada em várias partes do mundo nos próximos anos. Se for bem-sucedida, representará um avanço significativo na luta contra a escassez de água e na promoção da segurança hídrica global.