O Presidente da República, Daniel Chapo, pediu à população, na quinta-feira (30), para pôr fim à destruição e ao vandalismo de infra-estruturas nas manifestações pós-eleitorais e apelou à tolerância e ao respeito pelo pluralismo de ideias, informou a Lusa.
De acordo com o órgão, o governante falava durante a sua primeira visita de trabalho à província da Zambézia, no Centro do País, enquanto chefe do Estado, onde esta sexta-feira (31) vai dirigir a cerimónia de abertura do ano lectivo de 2025 no distrito de Lugela.
“Como moçambicanos temos de preservar as coisas que estamos a construir. É muito importante perceber que, desde a nossa independência, estamos a construir o nosso país (…). Não faz sentido que alguém acorde de manhã e destrua o que lhe pertence”, disse Chapo, alertando para as consequências das destruições “para o amanhã do nosso povo”.
Na ocasião, o Presidente defendeu o respeito pela pluralidade de opiniões: “Nós somos moçambicanos, não somos obrigados a pensar da mesma maneira, pensar diferente é importante porque é isso que faz construir Moçambique.”
No dia 23 de Dezembro, o Conselho Constitucional (CC) moçambicano proclamou Daniel Chapo, o candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, vencedor das eleições presidenciais, com 65,17% dos votos, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar obtida nas eleições gerais de 9 de Outubro.
Este anúncio provocou o caos em todo o País, com os apoiantes de Venâncio Mondlane – que, segundo o CC, obteve apenas 24% dos votos – a manifestarem-se nas ruas, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia.
A contestação dos resultados eleitorais provocou pelo menos 315 mortos e cerca de 750 feridos a tiro, de acordo com organizações da sociedade civil.