A inflação no Zimbabué registou um aumento significativo em Janeiro, tanto em dólares americanos como em moeda local, impulsionada principalmente pelos preços elevados dos alimentos e da habitação. De acordo com os dados da Agência de Estatísticas do Zimbabué, a inflação anual em dólares subiu para 14,6%, após um aumento de 2,5% em Dezembro. Em moeda local, a inflação foi de 10,5%, comparada aos 3,7% do mês anterior.
O economista independente Prosper Chitambara atribui parte desse aumento à grave seca regional do ano passado e aos novos impostos introduzidos recentemente. “Pode ser por causa dos novos impostos que entraram em vigor este mês. O grande custo acaba por ser transferido para os consumidores”, afirmou Chitambara, lembrando que a seca ainda está a exercer pressões inflacionistas.
O ministro das Finanças, Mthuli Ncube, anunciou este mês a introdução de um imposto de 0,5% sobre a comida rápida e um imposto de 10% sobre todas as receitas das apostas desportivas. Para Chitambara, estás medidas fiscais têm impacto directo sobre o aumento dos preços e são responsáveis por uma parte do crescimento da inflação.
Outro economista, Tony Hawkins, questionou a precisão dos números da inflação, afirmando que a taxa em dólares americanos está “grosseiramente subestimada”. Hawkins acredita que as autoridades do Zimbabué estão a tentar alcançar os números reais, que ainda não revelam totalmente a situação económica do país.
Em Abril de 2024, o Zimbabué lançou uma nova moeda, o ouro, baseada no valor do metal precioso. No entanto, essa moeda sofreu uma desvalorização significativa em Setembro. Desde então, as moedas estrangeiras, como o dólar americano, continuam a ser amplamente utilizadas nas transacções locais. Nesta terça-feira (28), o valor do ouro foi transaccionado a cerca de 26,3 por dólar, segundo o site do banco central do país.
Fonte: Reuters