O Banco de Moçambique (BdM) revelou que mais de 40% do crédito concedido pelo Banco Nacional de Investimento (BNI) e pelo Ecobank estava em incumprimento no final de Setembro do ano passado, sublinhando que a maioria das instituições bancárias nacionais detinha, no mesmo período, rácios acima dos 5% recomendados.
No relatório sobre os Indicadores Prudenciais e Económico-Financeiros, o banco central explicou que o BNI (que integra a lista de instituições com menos de mil clientes) fechou o terceiro trimestre com um rácio de crédito em incumprimento (NPL, na sigla em inglês) de 41,09%, mas que já foi de 52,4% no primeiro trimestre.
Já o Ecobank surge com um rácio de NPL de 43,78%, seguido pelo Moza Banco, com um rácio de 23,69%, e pelo Access Bank, com um rácio de 17,92%.
Da lista divulgada pelo banco central, com base em dados fornecidos pelas próprias instituições financeiras, apenas o United Bank for Africa (UBA), o First National Bank (FNB), o Standard Bank e o First Capital Bank (FCB) apresentaram um rácio de NPL inferior ao recomendado (5%), com 1,74%, 2,30%, 3,50% e 4,06%, respectivamente.
Entretanto, o Millennium bim, um dos maiores do país e liderado pelo português BCP, viu o rácio de crédito em incumprimento a chegar aos 5,27%, enquanto o Banco Comercial e de Investimentos (BCI), liderado pela Caixa Geral de Depósitos, atingiu 9,97%.
Nos finais de 2024, o governador do BdM, Rogério Zandamela, afirmou que o sector bancário nacional estava “sólido e bem capitalizado”, mas alertou que o crédito em incumprimento permanecia em níveis elevados.