O governo da província de Manica está com dificuldade em impedir a mineração artesanal na mina de Gondola, onde um desabamento de terras provocou a morte de quatro pessoas há cerca de duas semanas. Apesar da ordem de paralisação das actividades, ainda há mineradores a operar no local, ignorando os riscos e a interdição das autoridades, segundo informou o jornal O País.
De acordo com Silva Manuel, representante do governo em Chimoio, algumas pessoas permanecem na área, alegando falta de meios para regressar às suas zonas de origem, embora a maioria dos garimpeiros já tenha saído. “No trabalho que estamos a fazer, notamos que ainda existem algumas pessoas, particularmente aquelas que dizem que não têm forma de voltar à sua zona de origem. Mas a maior parte daqueles que lá estavam já saiu”, explicou.
A fiscalização no local tem sido um dos maiores desafios. Silva Manuel admite que as equipas de monitoria e fiscalização não conseguem estar presentes de forma contínua, o que facilita o retorno dos garimpeiros assim que as autoridades deixam a área. O Governo considera implementar medidas mais rigorosas, incluindo o uso de força, se necessário, para proteger vidas e garantir o cumprimento da interdição.
“Nós não queríamos colocar ‘força’ mais contundente, mas se houver necessidade, vamos fazer. Não vamos permitir que as pessoas percam a vida por causa daquela situação. Isso não é bom para a comunidade”, afirmou.
A mineração artesanal de ouro é comum em Manica, especialmente nos distritos de Gondola, Barue, Sussundenga e Macossa. No entanto, a prática é muitas vezes realizada sem medidas básicas de segurança, o que tem levado a acidentes fatais, como o recente desabamento em Gondola. Apesar dos esforços do Governo, a fiscalização insuficiente e as condições socioeconómicas das comunidades dificultam a aplicação efectiva das medidas de controlo.