A Rede Viária de Moçambique (REVIMO), empresa responsável pela construção, manutenção e exploração de várias estradas nacionais na capital Maputo, falhou na segunda-feira (27) a tentativa de retomar a cobrança de taxas de portagens, após uma interrupção de mais de dois meses no contexto das manifestações pós-eleitorais de Outubro.
Segundo informou a Agência de Informação de Moçambique (AIM), os automobilistas recusaram-se a pagar as portagens, o que levou a confrontos entre a empresa e a população, que saiu à rua para impedir que as suas exigências fossem satisfeitas.
O ponto mais crítico dos confrontos foi a portagem de Katembe, uma das mais contestadas devido ao elevado custo das taxas, onde o caos se instalou nas primeiras horas do dia, depois de os funcionários se terem posicionado nas cabinas e fechado as cancelas para o início da cobrança.
Revoltados com o cenário, a população ocupou de imediato a infra-estrutura, impedindo assim a cobrança das tarifas. Esta situação gerou confusão, obrigando a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) a intervir com granadas de gás lacrimogéneo para dispersar a população, que montou barricadas para impedir a circulação de viaturas naquele troço, o que culminou em longas filas de veículos e na detenção de alguns manifestantes.
Para ultrapassar o impasse, os manifestantes exigiram a libertação dos detidos, a responsabilização das autoridades por uma viatura parcialmente danificada por gás lacrimogéneo disparado pela polícia e uma declaração escrita da REVIMO para a livre circulação na portagem.
Por outro lado, na portagem da Matola – concessionada pela TRAC – o mesmo cenário era visível. Desde quinta-feira (23), que a empresa tentava retomar a cobrança das tarifas sob forte resistência dos utentes e das comunidades envolvidas, ambiente que obrigou a concessionária a deixar algumas pistas abertas para aqueles que se recusavam a pagar.
Na portagem da Costa do Sol, uma das mais movimentadas da estrada circular de Maputo, a REVIMO manteve as cancelas abertas e deu livre passagem aos utentes da estrada, o que evitou confrontos.