As trocas comerciais entre Angola e a Índia atingiram 4,2 mil milhões de dólares no ano passado, com 3,5 mil milhões destinados à importação de petróleo angolano, revelou o embaixador indiano, Vidhu Nair, em Luanda. A revelação foi feita em entrevista ao Jornal de Angola, no âmbito das comemorações do 76.º aniversário do Dia da República da Índia.
Em 2024, as exportações indianas para Angola somaram 700 milhões de dólares, com destaque para a venda de refinados de petróleo, produtos farmacêuticos, automóveis e máquinas eléctricas. O diplomata indiano afirmou que essas trocas têm contribuído para a geração de receitas em Angola e reforçado a cooperação económica entre os dois países.
“A Índia é hoje um dos três principais parceiros comerciais de Angola, com forte presença no sector energético”, afirmou Nair, destacando que, além do petróleo, o seu país tem contribuído para áreas como a da saúde, com empresas farmacêuticas, e para a diversificação da economia angolana, através de investimentos em diamantes, plástico e metal.
Segundo o embaixador, várias empresas indianas têm feito investimentos significativos em Angola, incluindo no sector da hotelaria e da agricultura. “Estes investimentos não só têm impulsionado o sector privado, como também contribuído para o aumento do emprego e formação de angolanos em diversas áreas”, acrescentou.
Nair sublinhou ainda a importância das acções sociais das empresas indianas em Angola, que têm investido no desenvolvimento comunitário. “Esses investimentos trazem mais eficiência, transparência e capacidade para o país, ajudando na diversificação da economia angolana.”
A Índia tem demonstrado interesse em ajudar Angola a tornar-se um grande exportador agrícola, aproveitando o seu solo fértil e a sua população jovem. “A Índia partilha a sua experiência agrícola com Angola, tendo superado dificuldades semelhantes no passado para se tornar um dos maiores produtores de alimentos no mundo”, explicou o diplomata.
Vidhu Nair relembrou também o potencial de cooperação na aviação, com a expectativa de estabelecer futuras ligações aéreas directas entre ambas as nações, facilitando o comércio e o turismo, tendo elogiado os esforços do Governo angolano em implementar programas socioeconómicos para o progresso contínuo do país, especialmente nas infra-estruturas.
Fonte: Jornal de Angola