O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique (BdM) decidiu cortar novamente a taxa de juro de política monetária, designada também por “MIMO”, passando dos 12,75%, em vigor desde finais de Novembro do ano passado, para 12,25%.
De acordo com um comunicado divulgado nesta segunda-feira (27) pelo BdM, “esta decisão decorre da manutenção das perspectivas da inflação num dígito, no médio prazo, não obstante o aumento dos riscos e incertezas associados às projecções, com destaque para os decorrentes da tensão pós-eleitoral, o risco fiscal e os choques climáticos.”
Adicionalmente, a nota avança que o CPMO decidiu reduzir os coeficientes de reservas obrigatórias para os passivos em moeda nacional, de 39,0% para 29,0%, e em moeda estrangeira, de 39,50% para 29,50%, visando disponibilizar mais liquidez para apoiar a economia na reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços.

No documento, a entidade financeira esclareceu que as perspectivas da inflação mantêm-se num dígito no médio prazo, recordando que em Dezembro de 2024 a “inflação anual aumentou para 4,15%, após 2,84% em Novembro”, reflectindo “a redução da oferta de bens e serviços decorrente da tensão pós-eleitoral”.
“A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, também aumentou. A manutenção das perspectivas da inflação num dígito, no médio prazo, reflecte, essencialmente, a estabilidade do metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO”, avançou.
Contudo, no comunicado assinado pelo governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, alerta-se que “os riscos e incertezas associados às projecções da inflação aumentaram”.
“Destacam-se, como factores de aumento da inflação, no médio prazo, os impactos da tensão pós-eleitoral, os choques climáticos e o agravamento da pressão sobre a despesa pública, num contexto de reduzida capacidade de financiamento”, descreveu.
O CPMO garantiu que continuará com o processo de normalização da taxa MIMO no médio prazo, sublinhado que “o ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspectivas da inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo”, concluiu.