A Empresa Municipal dos Transportes Públicos de Maputo (EMTPM) reporta um prejuízo de cerca de 20 milhões de meticais (300 mil dólares) de receitas desde Outubro devido aos protestos pós-eleitorais em Moçambique, anunciou o presidente da firma.
“Neste momento estamos a contar com uma perda de receita de cerca de 20 milhões de meticais desde Outubro do ano passado”, disse Lourenço Albino, citado neste sábado, 25 de Janeiro, pela comunicação social.
Segundo o responsável, a empresa contabiliza também prejuízos avaliados em 10 milhões de meticais (155 mil dólares) devido à vandalização de autocarros, com vidros e outras estruturas partidas, além de um veículo carbonizado.
Lourenço Albino queixou-se também da redução do número de passageiros transportados por dia, que baixou de 40 mil pessoas para cerca de 11 mil.
“Tivemos uma redução do nível de actividade em 30%, significa que o volume de receitas reduziu em 30% e isso reduz a capacidade de resposta da empresa relativamente ao conjunto das necessidades”, acrescentou o responsável.
O presidente da EMTPM, que conta com uma frota de 84 autocarros, 48 dos quais usados para transporte público, espera que se mantenha a acalmia em Moçambique para que a empresa possa recuperar os seus níveis de produção.
Moçambique vive desde 21 de Outubro um clima de forte agitação social, protestos, manifestações e paralisações, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, com confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes, além de saques e destruição de equipamentos públicos e privados.
De acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, nestes protestos há registo de pelo menos 315 mortos, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e pelo menos 750 pessoas baleadas.
Fonte: Lusa