A Empresa Municipal de Transportes Públicos de Maputo (EMTPM) divulgou ter um prejuízo acumulado de 29,6 milhões de meticais (cerca de 469 mil dólares) devido às manifestações pós-eleitorais que ocorreram entre 23 de Outubro de 2024 e 15 de Janeiro de 2025.
Segundo informou a Agência de Informação de Moçambique (AIM) nesta quinta-feira (23), o impacto incluiu uma redução de 30% da capacidade operacional da frota, com 20 milhões de meticais perdidos devido à queda do número de passageiros – que passou de 40 mil para 11 mil por dia – e dez milhões de meticais em danos causados por actos de vandalismo.
De acordo com Lourenço Albino, PCA da empresa, 26 dos 84 autocarros da empresa foram vandalizados e um foi completamente destruído pelo fogo. Vidros, espelhos e pára-choques foram danificados, somando prejuízos significativos: “A redução da frota para 48 autocarros afectou gravemente a capacidade da empresa para reparar os danos, devido à escassez de recursos”, afirmou.
Para além da redução da frota, o número de viagens baixou de 12 para apenas 4 por dia, agravando a perda de receitas. Os autocarros que não foram vandalizados estão a funcionar de forma limitada, enquanto outros foram retirados de circulação por razões de segurança, principalmente no corredor da Matola.
O responsável explicou que, no início das manifestações, foram feitos esforços para reparar rapidamente as viaturas danificadas, mas a falta de recursos financeiros inviabilizou a substituição contínua.
“Quando um autocarro era vandalizado, substituíamos os vidros e os espelhos no dia seguinte, mas isso deixou de ser possível com a queda das receitas”, sublinhou.
Actualmente, a empresa enfrenta desafios para garantir o transporte público, enquanto aguarda que a situação melhore para retomar as operações normais. Albino apontou que a redução das receitas afecta mesmo as obrigações essenciais, como o pagamento dos salários.