O crescimento económico da África Subsaariana deverá melhorar para uma média de 4,2% este ano, contra uma estimativa de 3,8% em 2024, impulsionado por investimentos em energia e infra-estruturas e por um sector de serviços em expansão, informou a agência de notação financeira Moody’s Ratings, citada pelo portal de notícias Engineering News.
A agência elevou a sua perspectiva para os fundamentos de crédito da região de “negativa” para “estável”, afirmando que os esforços de consolidação fiscal ajudariam a reduzir a dívida, mesmo apesar da persistência de riscos sociais, políticos e ambientais em países como a Costa do Marfim e Moçambique.
O País é um dos mais afectados por riscos ambientais na região, sendo que enfrenta desafios acrescidos devido à frequência de ciclones e à seca prolongada, que comprometem a produção agrícola e o abastecimento energético. Moçambique também tem lidado com instabilidade política, intensificada por protestos pós-eleitorais liderados pelo líder da oposição Venâncio Mondlane.
A Moody’s afirmou num relatório datado de 8 de Janeiro que a África do Sul e a Nigéria, as duas maiores economias da região, estão a concretizar reformas que aumentam a sua solvabilidade e perspectivas de crescimento económico.
A agência explica que a África do Sul levará algum tempo a registar melhorias significativas, mesmo que os cortes de energia diminuam, enquanto a Nigéria deverá prosseguir os seus esforços para estabelecer um mercado cambial que funcione melhor.

“O crescimento económico médio na África Subsaariana deverá ser mais elevado do que na última década, em parte devido a uma série de choques, incluindo a queda dos preços dos produtos de base em 2014-2016, a pandemia de covid-19 e o aumento da inflação na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022”, apoontou a Moody’s.
No entanto, afirmou a agência, uma nova perda de acesso aos mercados de capitais mundiais, o aumento dos riscos de refinanciamento e pressões inflacionistas ainda desconhecidas ameaçariam a estabilidade. “Uma valorização sustentada do dólar em 2025 poderá aumentar o custo do serviço da dívida em moeda estrangeira”, acrescentou.
A Moody’s prevê que os fluxos de Investimento Directo Estrangeiro se mantenham fortes nos países produtores de matérias-primas necessárias para combater as alterações climáticas, como a República Democrática do Congo. Espera-se que o crescimento económico em Angola e na República do Congo se fortaleça em 2025 devido a novos projectos de petróleo e gás, compensando o declínio dos rendimentos dos campos envelhecidos.
“Nem todos os países subsaarianos deverão registar um crescimento económico mais forte devido ao aumento da população – um desafio de longa data em África. O continente é também susceptível a riscos ambientais, como uma grave seca na Zâmbia que perturbou a produção de energia hidroeléctrica e mineira no país, anulando os benefícios dos elevados preços do cobre”, explicou a agência.