A Trans African Concessions (TRAC), concessionária da Estrada Nacional Número Quatro (N4), que liga Tshwane, Gauteng (África do Sul) e o Porto de Maputo (Moçambique), através da fronteira de Ressano Garcia, anunciou que vai reiniciar, na quinta-feira (23), a cobrança de portagens naquela via, que foi suspensa nas últimas semanas na sequência dos protestos pós-eleitorais.
Em comunicado, a empresa sul-africana recordou que opera a N4, “ao abrigo de um acordo de concessão assinado com as agências rodoviárias da África do Sul e de Moçambique”, sendo esta via “uma parte vital do Plano de Desenvolvimento do Corredor de Maputo, que impulsiona o crescimento económico regional e a conectividade”, desde logo assegurando a exportação de minérios sul-africanos pelo litoral moçambicano.
“As taxas de portagem financiam a construção, modernização e manutenção de estradas, garantindo padrões internacionais”, sublinhou a entidade por meio de um documento partilhado com o Diário Económico nesta quarta-feira (22).
“Na N4, as portagens, pelo tempo de vida que já têm, cumpriram com tempo de rentabilidade face ao investimento efectuado. Em várias vias com portagens no País não houve consulta pública sobre essa cobrança e não se respeitou o princípio da via alternativa. Muitas das vias estão num estado desastroso, ofendendo a ideia de benefício de serviços”, defendeu.
As manifestações pós-eleitorais em Moçambique, convocadas por Venâncio Mondlane, provocaram, desde 21 de Outubro, 314 mortos e mais de 600 baleados, além de confrontos violentos com a polícia, saques e destruição de equipamentos públicos e privados.