A Sasol, o segundo maior poluidor da África do Sul, está a procurar novas estratégias para atingir os seus objectivos de redução de emissões, após ter duplicado o uso de carvão nas suas operações de produção de combustíveis e produtos químicos. A empresa com sede em Joanesburgo planeia agora aumentar a utilização de energias renováveis, uma medida que visa contrariar a crescente dependência do carvão.
O director executivo da Sasol, Simon Baloyi, afirmou que a empresa tem enfrentado uma pressão crescente para reduzir os gases com efeito de estufa, especialmente na sua fábrica de Secunda, o maior centro de emissões do mundo. “A recuperação das minas e o uso de energias renováveis são essenciais para reduzir a nossa pegada de carbono”, disse Baloyi, destacando a importância da transição energética.
A Sasol tem apostado fortemente no carvão, depois de ter encontrado obstáculos no seu plano de transição para o gás natural e hidrogénio verde. A empresa tem como missão alcançar emissões líquidas zero até 2050, mas o processo tem sido dificultado por questões no acesso a fontes alternativas de energia. “Não podemos fazer isso da forma como pensávamos, já que o gás de Moçambique não está disponível como prevíamos”, explicou o director executivo, referindo-se ao esgotamento dos poços existentes da empresa.
Para contornar este problema, a Sasol reviu a sua estratégia energética, destacando a eficiência e o aumento da energia renovável. A empresa já obtém 750 megawatts de energia verde, mas está disposta a duplicar essa capacidade, se necessário. “Se precisarmos de duplicar a energia renovável de um gigawatt para dois, fá-lo-emos”, disse Baloyi, como parte da nova abordagem para reduzir o consumo de carvão.
Em Setembro do ano passado, a Sasol enfrentou críticas por ter revertido algumas das suas promessas ambientais, especialmente após a oposição a um projecto de lei que aumentaria o controlo estatal sobre os minerais, incluindo o carvão. Empresas como a First Quantum Minerals Ltd. e Barrick Gold Corp. também se manifestaram contra as reformas legislativas propostas, argumentando que prejudicam os direitos dos investidores.
A empresa está também a considerar melhorias na produção de carvão, como um plano para remover as pedras do carvão, o que poderia aumentar a produção de 7 milhões para até 7,6 milhões de toneladas anuais. Baloyi observou que, apesar dos desafios, a Sasol continua empenhada em alcançar uma redução de 30% nas suas emissões até 2030, embora a empresa tenha de ajustar a sua abordagem face às dificuldades actuais.
Fonte: Engineering News