A empresa de mineração e metais South32, listada nas bolsas de Joanesburgo, Sydney e Londres, reportou na segunda-feira, 20 de Janeiro, um início de ano suficientemente forte para manter as metas de produção em todas as suas operações, com excepção da Mozal Aluminium, em Moçambique, onde a empresa procura mitigar os impactos da instabilidade social.
De acordo com um artigo publicado no portal de notícias Mining Weekly, o último trimestre de 2024 proporcionou um aumento na produção de metais básicos, com destaque para o manganês sul-africano, cuja produção deverá superar 5% a meta financeira de 2025 (FY25), fixada em dois milhões de toneladas.
A empresa, liderada pelo CEO Graham Kerr, devolveu 10,6 mil milhões de meticais (169 milhões de dólares) aos accionistas através de um programa de recompra de acções no mercado, deixando ainda 10,8 mil milhões de meticais (171 milhões de dólares) para distribuição no âmbito do plano de gestão de capital.
Além disso, a alienação da sua subsidiária de carvão metalúrgico, Illawarra, reforçou, em Setembro de 2024, o balanço financeiro da empresa e ampliou a sua capacidade de investir em minerais e metais cruciais para a transição energética global.
Investimentos e Produção Global
No último trimestre, a South32 avançou com a escavação de poços para acesso ao depósito de zinco, chumbo e prata em Hermosa, localizado no Arizona, EUA. Simultaneamente, intensificou os esforços de exploração no depósito de manganês de grau de bateria Clark e no depósito de cobre Peake, visando desbloquear mais valor nos seus activos.

A produção global de alumínio da empresa cresceu 5% no último semestre, impulsionada pelo desempenho da Hillside Aluminium, na África do Sul, que continua a operar na sua capacidade técnica máxima. Além disso, a produção de alumínio com baixo teor de carbono na Brazil Aluminium e na Mozal Aluminium registou um aumento de 12%.
Desafios em Moçambique
Apesar do crescimento geral, a Mozal Aluminium enfrenta desafios significativos em Moçambique, decorrentes da agitação social que afecta o ambiente operacional. A empresa não especificou as medidas que está a tomar, mas destacou que a estabilidade da operação no País será uma prioridade para atingir os seus objectivos de produção.
A Mozal é uma das principais exportadoras de Moçambique e desempenha um papel estratégico na economia local, gerando empregos e receitas fiscais. No entanto, os impactos da instabilidade podem ter comprometido a sua contribuição económica e a posição do País como um “player” regional na indústria do alumínio.
A Hillside Aluminium, maior fundição de alumínio do hemisfério sul, aumentou a sua produção em 1%, atingindo 362 mil toneladas em Dezembro de 2024, e mantém a meta anual de 720 mil toneladas para o AF25. Na Austrália, a Worsley concluiu a manutenção do calcinador, enquanto a Brazil Aluminium beneficiou de maior disponibilidade operacional.
A South32 continua a reforçar a sua estratégia de diversificação, explorando novos depósitos e optimizando as suas operações existentes, mas os desafios locais, como os enfrentados pela Mozal Aluminium, demonstram a importância de estabilidade para sustentar o crescimento.