O presidente da Câmara de Comércio Angola-Israel considerou que o volume das trocas comerciais entre os dois países é ainda baixo, mas que existe espaço para melhorias, até porque é elevado o capital disponível em Israel para Angola, informou a agência Lusa nesta segunda-feira, 20 de Janeiro.
Sebastião Francisco, que falava aos jornalistas sobre o reforço comercial e atracção de investimento israelita para o país, destacou que o volume de trocas comerciais fica abaixo dos 18,9 mil milhões de meticais (300 milhões de dólares), em declarações realizadas no Segundo Fórum Económico entre os dois países promovido pela embaixada de Israel em Angola.
Segundo Sebastião Francisco, há mais interesse da parte israelita, mas “há dificuldades na compatibilização dos interesses”.
“Essa incompatibilidade tem que ver com a organização, principalmente dos nossos empresários. Estes querem saber com quem, em quê e onde é que vão investir. Os projectos que os empresários apresentam cá nem sempre estão suficientemente estruturados para serem aceites como premissa para colocarem os seus investimentos”, disse Sebastião Francisco.
O líder da Câmara de Comércio Angola-Israel afirmou que os empresários são experientes e para investirem em Angola exigem “alguma estabilidade nos parceiros”.
Angola e Israel, com relações diplomáticas desde 1993, desenvolvem cooperação nas áreas da agricultura, saúde, educação, aviação, construção civil, pescas, diamantes, segurança, cartografia e telecomunicações, havendo manifestação de grande interesse na indústria farmacêutica.
O responsável realçou que o ambiente de negócios em Angola mudou e está favorável ao investimento, testemunho que pretendem levar a Israel “para motivar aqueles que lá estão”.
O turismo religioso, salientou Sebastião Francisco, tem levado para o Israel um grande número de angolanos, organizados por igrejas e muitos a nível individual.
Por sua vez, o embaixador do Israel em Angola, Shimon Solomon, disse que o encontro teve como principal objectivo promover o investimento no país, face ao grande interesse da parte israelita, bem como do lado angolano.
O encontro juntou dirigentes e empresários de ambos os países para analisarem as políticas de investimento angolanas existentes e promover a presença dos empresários israelitas em Angola. “Já existem negócios em vários sectores, principalmente no diamantífero, mas há muito a explorar, por exemplo o Corredor do Lobito (infra-estrutura ferroviária) que oferece muitas oportunidades que podemos abraçar”, frisou.
Shimon Solomon considerou que o esforço maior deve ser feito pela parte angolana, sendo as relações diplomáticas entre Angola e Israel a melhor plataforma para promover novos investimentos e melhorar a qualidade dos negócios já existentes.