O novo ministro da Saúde, Ussene Isse, considerou nesta terça-feira, 21 de Janeiro, que a paralisação das actividades no sector “não é ética”, embora reconheça a legitimidade das reivindicações dos profissionais que exigem o pagamento do 13.º salário.
“O facto de [os médicos] não receberem salários não pode comprometer a relação entre o profissional de saúde e o paciente. Reivindicar é legítimo, mas interromper o trabalho não é uma atitude ética no sector da saúde”, declarou o governante durante uma visita ao Hospital Provincial de Lichinga, localizado na província do Niassa, no Norte de Moçambique.
Neste sentido, o governante, empossado recentemente pelo novo Presidente da República, Daniel Chapo, argumentou ser justa a preocupação dos profissionais de saúde, mas questionou a interrupção dos trabalhos, fazendo menção ao juramento por eles feito.
Para Ussene Isse, o doente é prioridade e, por isso, “independentemente do salário, de questões políticas, chuva e outros factores”, é missão dos profissionais de saúde cuidar dos pacientes e “nunca deixá-los para trás.”
O ministro da Saúde pediu paciência aos funcionários, referindo que há um esforço do Governo para resolver a sua situação. “Se nós tivéssemos condições, acham mesmo que nós não daríamos aquilo que são as reclamações dos trabalhadores? Daríamos”, declarou.
Nesta segunda-feira (20), dezenas de profissionais de saúde afectos ao Hospital Central de Maputo (HCM), o maior do País, paralisaram as actividades, exigindo o pagamento do 13.º salário, além de subsídios em atraso, nomeadamente o de turno, o de risco e o de transporte.
“O doente é prioridade e, por isso, independentemente do salário, de questões políticas, chuva e outros factores, é missão dos profissionais de saúde cuidar dos pacientes e nunca deixá-los para trás”
“O Governo apreciou a informação sobre o pagamento do 13.º salário para os funcionários públicos e pensionistas, tendo constatado as dificuldades da sua materialização imediata tendo em conta os impactos negativos verificados na arrecadação de receitas em consequência das perturbações resultantes das manifestações”, declarou Inocêncio Impissa, ministro da Administração Estatal e Função Pública.
O governante e porta-voz do órgão apontou: “O Executivo vai continuar a avaliar a situação e perspectivar cenários possíveis para o pagamento do 13.º salário e apresentar a medida a breve trecho.”
“Não será a primeira experiência, já houve experiências diferenciadas em que o Governo criou e encontrou alternativas de pagamento parcial, por grupos, entre outras medidas”, disse Impissa, prometendo novos pronunciamentos a curto prazo.
“O Governo vai continuar a esboçar estas alternativas e, a breve trecho, apresentar a medida que compreender e entender por mais certa”, concluiu o governante.