O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), através dos Fundos de Investimento Climático (CIF), deu início a uma viagem de intercâmbio Sul-Sul à Costa do Marfim sobre a implementação de um sistema de informação sobre as salvaguardas REDD+ (Redução das Emissões da Desflorestação e Degradação Florestal), incluindo o mecanismo de partilha de benefícios que integra a dimensão do género.
Nathalie Gahunga, chefe da Divisão de Género e Empoderamento das Mulheres da instituição bancária, destacou o compromisso das delegações em partilhar as suas experiências na integração da dimensão do género em projectos de combate às alterações climáticas e desflorestação.
O workshop, conduzido por Bruno Zouré, especialista em género e consultor do BAD, abordou temas como o conceito de género, muitas vezes confundido com o sexo biológico. Zouré sublinhou que “o género refere-se aos papéis, comportamentos e responsabilidades culturalmente atribuídos a homens e mulheres”, defendendo que a análise do mesmo deve focar-se na eliminação de desigualdades para alcançar justiça social e desenvolvimento equitativo.
O intercâmbio permitiu aos participantes trocar conhecimentos sobre a criação de sistemas de informação sobre as salvaguardas REDD+ e explorar ferramentas de integração do género em políticas e projectos climáticos. Entre as práticas analisadas, destacam-se a orçamentação baseada no género, os sistemas de marcadores de género e as medidas para evitar a exclusão de mulheres e grupos vulneráveis dos mecanismos de partilha de benefícios do mecanismo REDD+. A abordagem baseada nos direitos humanos e o conceito “não deixar ninguém para trás” também foram discutidos, evidenciando a importância de considerar as questões de género para alcançar maior equidade social nos projectos de alterações climáticas, que podem ter um impacto diferente nas mulheres e nos homens.
Esta actividade faz parte de um programa financiado pelos Fundos de Investimento Climático (CIF) e implementado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, em colaboração com o Governo do Burkina Faso
A fase prática do workshop de partilha teve lugar na região de Agnéby-Tiassa (Agboville), através de uma visita ao terreno. O objectivo da visita era dar à equipa REDD+ do Burkina Faso uma visão da implementação das actividades REDD+ e discutir mecanismos de benefícios sensíveis ao género com os beneficiários do projecto PROMIRE (Promoção da produção de cacau sem desflorestação para reduzir as emissões na Costa do Marfim).
Os participantes visitaram uma parcela de restauração florestal de 1763 hectares pertencente a Raphael Agbé na aldeia de Ségbévi. Composta exclusivamente por espécies arbóreas, esta parcela ilustra os esforços para restaurar a biodiversidade e reforçar a resiliência dos ecossistemas.
Na aldeia de Ananguié, os participantes visitaram uma parcela agro-florestal de cacau de 2,45 hectares pertencente a Sylvie N’Gbesso, que está empenhada em restaurar a cobertura florestal. Graças às técnicas aprendidas no âmbito do projecto PROMIRE, a sua produção aumentou significativamente com a inclusão de árvores florestais na sua plantação.
Esta actividade faz parte de um programa financiado pelos Fundos de Investimento Climático (CIF) e implementado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, em colaboração com o Governo do Burkina Faso.
Fonte: African Development Bank Group