As exportações da mina de Moma, uma das maiores produtoras mundiais de titânio e zircão, localizada na província de Nampula, na região Norte de Moçambique, cresceram 4% em 2024, para mais de um milhão de toneladas.
De acordo com informação ao mercado prestada pela Kenmare, que opera a mina, no ano passado foram feitos carregamentos de vários minerais acabados, nomeadamente areias pesadas, zircão, ilmenite e rutilo.
“A procura por todos os tipos de produtos manteve-se robusta em 2024 e prevê-se que as vendas continuem a exceder a produção em 2025”, garantiu a Kenmare, uma empresa de origem irlandesa e que opera em Moçambique através de subsidiárias das Maurícias.
A empresa é uma das maiores produtoras mundiais de areias minerais, cotada nas bolsas de Londres e Dublin, sendo que a produção em Moçambique representa aproximadamente 7% das matérias-primas globais de titânio, com clientes em mais de 15 países, que usam os seus minerais pesados em tintas, plásticos e cerâmica.
“A Kenmare apresentou um forte resultado em 2024, excedendo o ponto médio da nossa orientação de produção para a ilmenite e o limite superior das gamas de orientação para todos os outros produtos. Ultrapassámos também a marca dos dois milhões de horas trabalhadas”, referiu o director-geral da Kenmare, Tom Hickey, citado no documento.
O responsável recordou que a mineradora pagou em 2024 cerca de 48 milhões de dólares (3 mil milhões de meticais) em dividendos e investiu 140 milhões de dólares (8,8 mil milhões de meticais).
A mina de Moma contém reservas de minerais pesados que incluem titânio, ilmenite e rútilo, que são utilizados como matérias-primas para produzir pigmento de dióxido de titânio, assim como um mineral de silicato de zircónio de valor relativamente elevado, o zircão.
“Estamos satisfeitos pelo facto de o Governo ter confirmado a nossa capacidade de continuar a operar sob os termos existentes durante este período provisório, e que o processo pode ser concluído de forma ordenada. A Kenmare sempre teve uma visão a longo prazo das suas operações e relações em Moçambique e está muito orgulhosa da contribuição significativa que tem dado ao País”, afirmou o director geral da empresa mineira, Tom Hickey
Em causa está a renovação do Acordo de Implementação para a exploração de Moma, ao abrigo do qual a Kenmare desenvolve as suas actividades de processamento e exportação de minerais. O acordo expirou no dia 21 de Dezembro e as negociações com o Governo para um novo ainda não foram concluídas.
A empresa já tinha antes assumido atrasos na renovação, devido ao processo eleitoral no País. Entretanto, a Agência para a Promoção do Investimento e das Exportações de Moçambique “indicou que os direitos e benefícios existentes da empresa permanecem em pleno vigor e efeito enquanto se aguarda a conclusão do processo”, pelo que “a Kenmare pode continuar a processar minerais e exportar produtos finais da mesma forma que o faz actualmente.”