Após um período tumultuoso marcado por manifestações pós-eleitorais que resultaram em significativos danos económicos, a Confederação das Associações Económicas (CTA) destacou esta segunda-feira (20) a necessidade urgente de restaurar a imagem do País e atrair investimentos estrangeiros, segundo informou a Lusa.
Durante uma entrevista concedida à agência de notícias em Maputo, o director-executivo da CTA, Eduardo Paulo Sengo, expressou profundas preocupações com as quase 20 mil demissões e as mais de 500 empresas impactadas desde o início das manifestações em Outubro.
“A nossa imagem enquanto nação foi seriamente comprometida. Se sujámos, temos o dever de limpar. Precisamos de restaurar a nossa imagem e garantir sustentabilidade económica”, declarou Sengo, salientando a importância de um programa que não apenas melhore a percepção internacional de Moçambique, como também solidifique um ambiente estável para negócios e investimentos futuros.
A CTA, que representa uma vasta rede de empresas em Moçambique, sugere que o plano de recuperação inclua medidas concretas para apoiar o tecido empresarial do País. “Além de precisarmos de um programa virado para a comunidade internacional e investidores, é crucial que haja uma injecção directa de apoio às empresas locais”, acrescentou Eduardo Sengo.
As manifestações, que começaram como uma resposta ao anúncio dos resultados das eleições presidenciais de Outubro, rapidamente escalaram, culminando em violência e perdas significativas tanto para infra-estruturas públicas quanto privadas. O ambiente instável levou a um declínio na confiança dos investidores, algo que Sengo e a CTA estão determinados a reverter.
O responsável destacou também a necessidade de alívio nos rácios prudenciais para que os bancos comerciais possam oferecer moratórias relativas a dívidas e créditos, além da disponibilização de divisas como medidas essenciais para a recuperação económica. “A disponibilidade de divisas é crítica, pois, durante este período, não produzimos equipamentos. Muita da nossa recuperação depende de importações”, explicou.
A CTA está optimista no futuro, que, com o apoio adequado do Governo e a implementação de um plano robusto, Moçambique pode não apenas recuperar a sua estabilidade económica, mas também fortalecer a sua posição como um destino atractivo para investimentos internacionais.