A Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) revelou que apesar dos constrangimentos causados pelas manifestações gerais, houve um aumento das receitas resultantes para o Estado das taxas de concessão pagas ao Governo, que aumentaram 12%, passando de 41,7 milhões de dólares em 2023 para 46,8 milhões de dólares em 2024.
O director-executivo da MPDC, Osório Lucas, admitiu que o Porto de Maputo “enfrentou um último trimestre do ano desafiante”, embora a equipa tenha se mantido “resiliência”, salientando que o aumento reflecte “o compromisso da empresa em contribuir para o desenvolvimento económico do País”.
“Reflecte o compromisso inabalável em contribuir para o desenvolvimento económico de Moçambique, sendo que este contributo exclui as receitas adicionais para o Estado, nomeadamente as provenientes dos impostos sobre os lucros e os dividendos ao seu accionista, os Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM)”, acrescentou.
Por meio de um comunicado, a empresa revelou ainda que a carga manuseada pelo Porto de Maputo reduziu 1% em 2024, para 30,9 milhões de toneladas, devido às manifestações pós-eleitorais. “Apesar da ligeira redução, o porto continuou a mostrar resiliência e adaptabilidade face aos desafios logísticos significativos”.
“A diminuição dos volumes totais, em todos os terminais do Porto de Maputo e do Porto da Matola, deveu-se principalmente aos protestos pós-eleitorais e aos bloqueios rodoviários no corredor de Maputo, incluindo o encerramento da fronteira durante vários dias e ao condicionamento das operações fronteiriças e rodoviárias durante mais de um mês”, descreveu.

A MPDC avançou que o corredor ferroviário entre a África do Sul e Moçambique foi também afectado pelos protestos e bloqueios, a par de um descarrilamento em Outubro/Novembro, que levou ao encerramento da linha durante um mês.
“As operações directas da MPDC demonstraram um crescimento robusto, movimentando 14,2 milhões de toneladas, representando um aumento de 14% relativamente ao ano anterior. Os volumes rodoviários registaram um crescimento significativo, com um aumento de 11% em termos anuais, passando de 9,5 milhões de toneladas para 10,7 milhões de toneladas”, descreveu.
Já os volumes ferroviários, que têm sido um foco crítico para a estratégia de sustentabilidade da MPDC, cresceram 7%, de 2,8 milhões de toneladas para 3 milhões de toneladas. “Estes números sublinham a capacidade da MPDC em manter uma distribuição equilibrada dos modos de transporte, mesmo apesar dos constrangimentos logísticos”.
No mesmo comunicado, a entidade afirmou que em 2025 vai assistir-se ao início dos grandes projectos de expansão no Porto de Maputo, nomeadamente do terminal de contentores e do terminal de carvão.
“Estes projectos são dois dos principais pilares da extensão da concessão concedida no início de 2024 e representam um investimento estratégico no crescimento futuro do porto, assegurando que este continua a ser um motor essencial do comércio e da logística na região”, conclui a MPDC.
A MPDC é uma empresa privada moçambicana que resultou da parceria entre os CFM e a Portus Indico, esta constituída pela Grindrod, DP World e a empresa Mozambique Gestores.