Um grupo de extensionistas afectos ao programa Sustenta reuniu-se na sexta-feira (17) em frente ao edifício do extinto Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural para protestar contra os atrasos salariais que se acumulam há cinco meses. O programa, anteriormente liderado por Celso Correia, tem sido alvo de críticas recorrentes por parte dos seus colaboradores, principalmente devido a problemas de pagamento, segundo informou o portal Carta de Moçambique.
Segundo relatos dos extensionistas, a maioria proveniente da província de Maputo, os problemas salariais não são novidade, tendo-se agravado recentemente com o aumento do custo de vida. “Recebemos o último salário em Julho de 2024, e apenas após muita insistência”, afirmou um dos manifestantes, que preferiu manter o anonimato. “Desde o início do programa que enfrentamos esta situação. Prometeram-nos muito, mas pouco foi cumprido”, concluiu.
Os trabalhadores, que receberam motorizadas como parte do equipamento para facilitar a sua mobilidade no terreno, também se queixam da falta de apoio do Governo para a manutenção dos veículos. “Disseram-nos que deveríamos resolver os problemas com o nosso próprio dinheiro, mas como, se não recebemos o nosso salário a tempo?”, questiona outro extensionista afectado.
Em Dezembro do ano passado, outro grupo de extensionistas já havia denunciado atrasos salariais de mais de quatro meses. Na época, uma carta aberta foi enviada ao ex-ministro Celso Correia, solicitando esclarecimentos e a regularização dos pagamentos, porém, sem sucesso.
O programa Sustenta foi criado pelo Governo com o objectivo de integrar a agricultura familiar em cadeias de valor produtivas, promovendo a sustentabilidade social, económica e ambiental. No entanto, os problemas recorrentes com a gestão do programa têm levado a questionamentos sobre a sua eficácia e os reais benefícios aos seus participantes.
Os extensionistas afirmam que continuarão com as manifestações até que as suas reivindicações sejam atendidas e os salários devidos sejam integralmente pagos. O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural ainda não comentou o caso.