O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, empossou neste sábado, 18 de Janeiro, o novo Governo que deverá trabalhar ao seu lado pelos próximos tempos. Durante a investidura, o governante exigiu que a equipa governativa reforce as estratégias de combate à corrupção, transparência e boa governação, e pediu integridade e criatividade para resolver os problemas dos moçambicanos.
“A corrupção é uma doença que corrói o tecido do Estado e do povo, pelo que exortamos que estejam na linha da frente no combate ao uso abusivo de bens públicos; dos funcionários-fantasma; dos concursos simulados para favorecer amigos, famílias, colegas; dos cartéis que enriquecem à custa do povo”, apelou Daniel Chapo.
No seu discurso, o Presidente da República apelou ao novo Governo uma actuação que concorra para a “harmonia social”, apelando ao diálogo na procura por soluções visando o desenvolvimento do País.
“Queremos que sejam governantes íntegros, dinâmicos, criativos, que se pautem pela vossa meritocracia, para que o vosso trabalho vá ao encontro do clamor do povo. Tenham sempre em mente que o tempo de letargia, de burocracia exacerbada, do amiguismo, do nepotismo, do clientelismo, do ‘lambe-botismo’, da corrupção e outros males deve ser morto”, sublinhou.
Chapo pediu ainda que o novo Executivo chefiado pela primeira-ministra, Benvinda Levi, se conduza por acções que visem a construção de uma independência económica do País e, que nos primeiros 100 dias, priorizem “os trabalhos que vão fazer a diferença na vida do povo moçambicano” e não nas dos governantes.
“Temos de assegurar um Estado que funcione à vista de todos, com transparência e boa governação, publicando relatórios claros e transparentes sobre os lucros, despesas, dívidas e até situações de conflitos de interesse; acelerar os serviços de digitalização do Estado, tornando-os mais acessíveis, rápidos e seguros e reduzindo custos”, defendeu o Presidente.
Daniel Chapo lembrou aos membros do Governo que tomam posse num período em que Moçambique atravessa “grandes turbulências”, apontando as manifestações pós-eleitorais, a polarização política, os ciclones que assolaram sobretudo o Norte do País e o terrorismo na província de Cabo Delgado.
“A paisagem política, económica e social que atravessamos não é das melhores, exigindo de todos nós uma forma diferente de abordar a governação para obtermos os resultados diferentes que o nosso povo espera”, apontou, indicando que a acção dos novos governantes deve reverter a tendência da deterioração das condições de vida, devolvendo a esperança a um país que se quer de justiça social.
Após a tomada de posse dos novos ministros, Daniel Chapo presidiu à I sessão do Conselho de Ministros de Moçambique. O novo Executivo, anunciado em comunicado pela Presidência da República, conta com 12 ministros, além da primeira-ministra.