O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que assiste nesta quarta-feira, 15 de Janeiro, na Praça da Independência, na cidade de Maputo à tomada de posse de Daniel Chapo como chefe de Estado de Moçambique, disse esperar dos moçambicanos um “espírito de unidade” para “um futuro mais brilhante.”
Em comunicado, Ramaphosa referiu que a investidura de Chapo “constitui uma oportunidade para todo o povo de Moçambique trabalhar em conjunto em prol da paz, da democracia e do desenvolvimento.”
O governante sul-africano acrescentou que espera trabalhar em estreita colaboração com o novo Presidente “para reforçar ainda mais as fortes relações fraternas existentes entre os dois países” vizinhos.
O chefe de Estado sul-africano chegou a Maputo, acompanhado pelos ministros das Relações Internacionais e Cooperação e da Presidência, para assistir à tomada de posse de Chapo, em que participa apenas mais um Presidente, o guineense Umaro Sissoco Embaló. Portugal está representado pelo chefe da diplomacia, Paulo Rangel.
Daniel Chapo, empossado como quinto Presidente da República de Moçambique, foi governador da província de Inhambane quando, em Maio de 2024, foi escolhido pelo Comité Central para ser candidato do partido no poder à sucessão de Filipe Nyusi, que cumpriu dois mandatos como Presidente da República.
Em 23 de Dezembro, Chapo, de 48 anos, foi proclamado pelo Conselho Constitucional (CC) como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos. Formado em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane, em 2000, o novo chefe do Estado de Moçambique nasceu em Inhaminga, província de Sofala, centro do País, a 6 de Janeiro de 1977, sendo, por isso, o primeiro Presidente nascido já depois da independência (1975).
A eleição de Daniel Chapo tem sido contestada nas ruas desde Outubro, com manifestantes pró-Mondlane – que segundo o CC obteve apenas 24% dos votos, mas que reclama vitória – a exigirem a “reposição da verdade eleitoral”, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que já provocaram 300 mortos e mais de 600 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane convocou três dias de paralisação e manifestações, desde segunda-feira, contestando a tomada de posse dos deputados eleitos à Assembleia da República e a investidura do novo Presidente da República.