Camionistas que utilizam a fronteira de Machipanda, entre Moçambique e Zimbabué, estão a exigir mudanças nos procedimentos aduaneiros, alegando que a morosidade no desembaraço das mercadorias tem causado longas esperas e elevados custos operacionais, segundo informou o jornal notícias.
Apesar de a fronteira funcionar 24 horas por dia, a rigidez dos processos, sobretudo do lado zimbabueano, continua a gerar congestionamentos, com alguns motoristas a reportarem atrasos de até três dias para atravessar.
Os transportadores relatam que, mesmo quando os camiões saem de Moçambique sem carga, ainda assim são forçados a enfrentar filas extensas devido à lentidão nos trâmites alfandegários.
Pedro Faifetin, um dos camionistas afectados, afirma que o principal problema reside na falta de flexibilidade do lado do Zimbabué. “Estamos há dias parados sem explicação clara. Mesmo sem carga, os procedimentos continuam a ser burocráticos, o que nos custa tempo e dinheiro”, lamentou.
A situação também tem gerado frustração entre transportadores zimbabueanos. Felix Zondue, um camionista daquele país, reconhece a morosidade no seu lado da fronteira e defende que “as autoridades precisam de encontrar soluções para agilizar este processo.”
Nos últimos dias, houve uma ligeira melhoria no fluxo de camiões, com as filas a reduzirem de dez para cerca de três quilómetros, um avanço atribuído à coordenação entre as autoridades moçambicanas e zimbabueanas. No entanto, os camionistas alertam que este alívio é temporário e insistem na necessidade de reformas estruturais para evitar novos congestionamentos.
Fontes das Alfândegas da província de Manica indicam que o aumento do tráfego em Machipanda deve-se, em parte, ao crescimento do movimento de mercadorias pelo corredor da Beira, um factor impulsionado pela instabilidade que tem afectado a travessia na fronteira de Ressano Garcia, na província de Maputo.
Com a crescente pressão sobre Machipanda, os transportadores apelam a um diálogo urgente entre Moçambique e Zimbabué para simplificar os procedimentos aduaneiros, reduzir os tempos de espera e minimizar o impacto económico dos atrasos. Para muitos, apenas com reformas concretas será possível garantir um fluxo eficiente e sustentável no comércio transfronteiriço.