A Electricidade de Moçambique (EDM) informou que mais de 150 mil clientes estão sem energia eléctrica na província de Nampula, devido ao vento e chuvas fortes provocadas pelo ciclone Dikeledi, salientando que a região está sob alerta vermelho.
De acordo com a empresa, a situação forçou “a queda de postes e rompimento de cabos”, condicionando o fornecimento de energia nos distritos de Nacala-Porto, Nacala-a-Velha, Mossuril, Memba, Ilha de Moçambique, Monapo e Nacaroa.
“Um total de 156 385 clientes estão sem corrente eléctrica, no entanto, equipas técnicas estão no terreno para tentar repor com a maior brevidade possível o fornecimento normal de energia eléctrica. Os trabalhos continuam a ser dificultados pelas fortes chuvas e ventos que se fazem sentir”, descreveu a EDM.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) revelou que o fenómeno que entrou no canal de Moçambique tem provocado rajadas de vento de até 195 quilómetros por hora, “movendo-se para sul a uma velocidade de 13 quilómetros por hora”.
“Prevemos a ocorrência de ventos tempestuosos e ondas com alturas de até 14 metros. Adicionalmente, prevê-se a ocorrência de chuva forte a muito forte (mais de 150 milímetros em 24 horas), acompanhada de trovoadas severas”, referiu.
Este é segundo ciclone a afectar o País, e novamente o Norte, no espaço de um mês. O anterior, o ciclone tropical intenso Chido, de nível 3 (numa escala de 1 a 5), atingiu a zona costeira do Norte de Moçambique na madrugada de 14 de Dezembro, enfraquecendo depois para tempestade tropical severa, continuando, nos dias seguintes, a fustigar as províncias nortenhas do País com chuvas muito fortes acima de 250 milímetros em 24 horas.
Dados actualizados recentemente pelas autoridades moçambicanas adiantam que pelo menos 120 pessoas morreram e outras 868 ficaram feridas durante a passagem do ciclone Chido, e foram afectadas 687 630 pessoas (correspondente a 138 037 famílias), residentes nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Tete e Sofala.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril.