A inflação homóloga do País registou um ligeiro aumento em Dezembro de 2024, fixando-se em 1,60%, acima dos 1,29% registados no mesmo período de 2023, de acordo com o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE), consultado esta segunda-feira (13) pelo Diário Económico.
Segundo o documento, todas as cidades analisadas registaram aumentos de preços, com Nampula (1,95%) e Maputo (1,82%) a liderarem as subidas. A inflação mensal, comparada com Novembro de 2024, também registou um acréscimo, impulsionado sobretudo pelo aumento dos preços dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas.
A divisão da alimentação e bebidas não alcoólicas teve um impacto significativo na variação homóloga, contribuindo com 1,16 pontos percentuais para o índice global. Entre os produtos que mais pressionaram os preços destacam-se o tomate (21,4%), a cerveja para consumo fora de casa (10,3%), o carapau (7,5%), o peixe fresco (5,8%), o pão de trigo (5,0%), o óleo alimentar (4,2%) e o peixe seco (3,4%).
Apesar da subida generalizada, alguns produtos registaram uma redução nos preços, ajudando a conter o aumento da inflação. O limão (-8,9%), os cobertores e mantas (-1,1%), os sapatos para crianças (-0,7%) e as saias para crianças (-2,9%) estiveram entre os bens que registaram quedas, contribuindo com 0,01 pontos percentuais negativos na variação homóloga.
Além da subida da inflação homóloga em Dezembro, os dados do INE mostram que a inflação acumulada de 2024 desacelerou para 4,15%, abaixo dos 5,30% registados em 2023. Este abrandamento foi influenciado por uma menor pressão dos preços ao longo do ano, sobretudo em algumas categorias de bens e serviços.
A análise por cidades revela que Quelimane registou a maior inflação acumulada de 2024, com 4,98%, seguida por Xai-Xai (4,42%), Beira (4,33%) e Nampula (4,32%). Maputo teve uma inflação acumulada de 3,85%, enquanto a província de Inhambane registou a menor variação anual, com 3,26%.
Já a inflação média dos últimos 12 meses fixou-se em 3,20%, com destaque para os sectores de educação (7,77%) e alimentação e bebidas não alcoólicas (6,20%), que registaram os maiores aumentos ao longo do ano.
Com o início de 2025, as expectativas voltam-se para a evolução dos preços nos próximos meses, que dependerá de factores como produção agrícola, variação cambial, conjuntura económica e oscilações dos preços internacionais.
Texto: Felisberto Ruco