O Presidente da República (PR) de Angola, João Lourenço, destacou a agricultura como a base essencial para o desenvolvimento económico de África. Durante a sessão extraordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo organizada pela União Africana (UA), o chefe de Estado angolano pediu que os países africanos deem prioridade ao sector agrícola.
“Devemos colocar a agricultura entre as mais importantes prioridades de cada uma das nossas nações, pois nela reside a base do desenvolvimento das nossas economias, da segurança alimentar e o caminho para o crescimento inclusivo”, afirmou Lourenço. O Presidente angolano também enfatizou que as nações africanas estão “muito aquém dos compromissos assumidos na Declaração de Malabo”, que visa impulsionar a produção agrícola e garantir a segurança alimentar no continente.
Lourenço apelou para que seja alcançado um consenso sobre a aprovação de uma Estratégia e Plano de Acção para o Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África, com vigência entre 2026-35. Ele exortou a Comissão da UA a encontrar os mecanismos necessários para a implementação eficaz desses planos, buscando integrá-los nos investimentos nacionais em agricultura.
O governante também fez um apelo para que os países africanos honrem os compromissos assumidos na Declaração de Malabo, especialmente a meta de destinar pelo menos 10% dos orçamentos nacionais para o sector agrícola, tendo ressaltado que o plano de acção da UA deve ser a base para atrair investimentos para a agricultura, além de apoiar a produção de fertilizantes e adubos, visando à autossuficiência e à segurança alimentar.
Outro ponto enfatizado por Lourenço foi a “importância vital” da mecanização agrícola, da certificação de sementes, da melhoria das infra-estruturas rurais e do desenvolvimento de sistemas de irrigação. Para ele, esses factores são essenciais para aumentar a capacidade de exportação de produtos agrícolas para mercados externos e garantir o crescimento do sector.
Em Fevereiro, Angola assumirá a presidência rotativa da UA, o que lhe conferirá ainda mais responsabilidade na implementação de políticas voltadas para o desenvolvimento agrícola no continente.
Fonte: Lusa