A escassez de energia hidroeléctrica no País, provocada pela seca prolongada, está a afectar o fornecimento de electricidade para a República Democrática do Congo (RDC), colocando em risco a produção de cobre no complexo mineiro de Kamoa-Kakula, operado pela Ivanhoe Mines.
De acordo com o portal Engineering News, a empresa canadiana alertou que a redução da capacidade energética poderá comprometer as suas metas de produção para 2025, estimadas entre 520 mil e 580 mil toneladas de cobre.
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), uma das principais fornecedoras de energia na região, enfrenta desafios devido aos baixos níveis dos reservatórios, o que tem impacto directo na exportação de electricidade para países como a Zâmbia, que, por sua vez abastece, a RDC.
Apesar do início da época chuvosa, ainda não é possível determinar se os reservatórios recuperarão a níveis suficientes para garantir um fornecimento estável ao longo do ano.
A crise energética já levou a Ivanhoe Mines a considerar alternativas para assegurar a continuidade das suas operações, incluindo a possibilidade de importar energia de Angola. A empresa também registou um aumento das reservas de cobre armazenado, o que poderá mitigar eventuais impactos no abastecimento ao mercado caso a produção seja afectada.
Além da limitação no fornecimento de energia, a Ivanhoe enfrenta outros desafios, incluindo um incêndio que danificou parte do gerador de emergência no complexo mineiro, o que poderá atrasar em até três meses o arranque do seu fundidor. Estes factores reforçam a incerteza sobre a sua capacidade de manter o nível de produção previsto para 2025.
A recuperação da capacidade hidroeléctrica de Moçambique será determinante não só para a estabilidade do abastecimento energético na região, mas também para a competitividade da indústria mineira na RDC.
Caso a crise persista, a dependência de fontes alternativas poderá aumentar os custos operacionais e afectar a viabilidade de grandes projectos industriais e mineiros que dependem da energia moçambicana.