O desenvolvimento de África está intimamente ligado à qualidade da sua liderança, pelo que é essencial avaliar criticamente os processos eleitorais que levam os líderes ao poder. De acordo com o relatório do Índice de Democracia da Economist Intelligence Unit — organização especializada em fornecer análises económicas, dados, previsões e relatórios sobre mercados globais e políticas públicas —, estes processos têm falhado, frequentemente, em todo o continente.
O índice utiliza vários indicadores para avaliar a pontuação da democracia de cada país, incluindo o processo eleitoral e o pluralismo, a existência de um Governo funcional, a participação política dos cidadãos, a cultura e o ambiente políticos e as liberdades civis.
O documento refere que, a nível mundial, a pontuação média do processo eleitoral e do pluralismo diminuiu 0,10 pontos em 2023.
Embora as eleições não sejam sinónimo de democracia, elas fornecem uma oportunidade vital para avaliar a força institucional de um país, o compromisso com o Estado de Direito, a inclusão política e as prioridades políticas dos cidadãos.
No entanto, é frequente surgirem inúmeros desafios durante as eleições, o que leva à privação do direito de voto de muitos eleitores. Estes problemas incluem a falta de acesso às zonas rurais, registos irregulares dos eleitores, violência política e falhas técnicas.
Apesar de investimentos financeiros significativos nas eleições em África, alguns países não conseguiram resolver estes obstáculos básicos, impedindo os cidadãos de exercerem o seu direito fundamental de escolher os seus líderes.
Segundo o relatório Mo Ibrahim — índice que avalia o desempenho da governação nos 54 países africanos —, a África Subsaariana gastou quase 44,3 mil milhões de dólares em eleições entre 2000 e 2018. Neste mesmo período, o custo eleitoral per capita no continente foi de 4,50 dólares, o dobro da média mundial e superior ao da Europa, da América do Norte e da Australásia, apesar de o PIB per capita ser muito inferior.
O relatório do Índice de Democracia revelou as pontuações relativas ao processo eleitoral e ao pluralismo.
A tabela abaixo apresenta os países africanos com as pontuações mais elevadas no índice.
Fonte: Business Insider Africa