O Presidente da República, Filipe Nyusi, exonerou, esta quinta-feira, 9 de Janeiro, oito titulares de altos cargos, incluindo ministros, um conselheiro presidencial, um secretário de Estado e um embaixador, informou o jornal notícias.
As mudanças ocorrem no contexto da transição de poder no território nacional, com o término do mandato de Filipe Nyusi, que será sucedido por Daniel Chapo. Eleito em 9 de outubro de 2024, Chapo assumirá o cargo a 15 de Janeiro próximo, marcando o início de uma nova liderança no País.
O órgão conta que entre os nomes que deixam os cargos destacam-se: Verónica Nataniel Macamo Ndlovo, ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação; Margarida Adamugi Talapa, ministra do Trabalho e Segurança Social; Nyeleti Brooke Mondlane, ministra do Género, Criança e Acção Social; Celso Ismael Correia, ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural; Ana Comoana, ministra da Administração Estatal e Função Pública; Francisco Ussene Mucanheia, conselheiro do Presidente da República; Lina Maria da Silva Portugal, secretária de Estado na província do Niassa; e Pedro Comissário Afonso, embaixador extraordinário e plenipotenciário junto das Nações Unidas.
As exonerações abrem espaço para uma nova composição do Governo, a ser anunciada pelo Presidente eleito após sua posse. Até ao momento, a Presidência da República não revelou os nomes que ocuparão os cargos vagos.
A transição do poder ocorre num momento de contestação política. Os resultados das eleições de 9 de Outubro de 2024 continuam a ser alvo de protestos por parte dos partidos da oposição e organizações da sociedade civil, que denunciam irregularidades no processo eleitoral. As manifestações têm sido registadas em várias províncias, elevando as tensões políticas no País. Apesar do clima de contestação, o Governo actual prossegue com os preparativos para garantir uma transição pacífica.
O Presidente eleito, que assume o comando do País em poucos dias, terá a responsabilidade de nomear novos titulares para os cargos-chave e de lidar com as expectativas de mudança manifestadas pela população, num momento crucial para Moçambique, que enfrenta desafios socioeconómicos significativos, incluindo o impacto de insurgências em Cabo Delgado.
Com um orçamento a ser aprovado e prioridades a serem definidas, espera-se que o novo Governo adopte medidas que promovam estabilidade política e desenvolvimento económico, ao mesmo tempo que responda às demandas por maior transparência e inclusão.