A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) fez saber que as manifestações gerais, que acontecem em Moçambique como protesto aos resultados das eleições de 9 de Outubro, causaram “danos avultados” em vários países que dependem dos corredores moçambicanos para a importação e exportação de bens.
Reunida recentemente para discutir a questão da “instabilidade em Moçambique”, a entidade afirmou que os protestos prejudicaram o comércio regional, particularmente nos sectores da energia e dos transportes, apelando para uma acção unificada para restaurar a paz e a estabilidade.
De acordo com o jornal, a SADC alertou para o impacto negativo da instabilidade em Moçambique, sublinhando que a situação ameaça o tecido socioeconómico da região da África Austral, devendo haver cooperação entre os Estados-membros para acabar com a crise.
Neste sentido, como forma de ajudar a acabar com a tensão pós-eleitoral, as partes decidiram criar um órgão conjunto composto pelos anciãos da SADC, pelos membros do Governo moçambicano e pelos líderes da oposição, que deverão elaborar um relatório detalhado sobre o cenário do País. Este documento deverá ser apresentando até ao dia 15 de Janeiro.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) orientou também o Comité Interestadual de Defesa e Segurança a desenvolver estratégias para proteger as principais rotas comerciais regionais, corredores humanitários e infra-estruturas energéticas.
“A abordagem proactiva da SADC reflecte a urgência de estabilizar Moçambique, um país cuja crise representa riscos significativos para a paz e estabilidade económica da região”, acrescentou.
Moçambique tem sido palco de manifestações organizadas por apoiantes do candidato da oposição, Venâncio Mondlane, que contestam os resultados divulgados pelo Conselho Constitucional. Organizações da sociedade civil referem que os confrontos entre manifestantes e as forças de segurança já resultaram em quase 300 mortos e cerca de 600 feridos.
O anúncio provocou novo caos em todo o País, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – que obteve apenas 24% dos votos – nas ruas, colocando barricadas, promovendo pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar repor a ordem