Quando as crianças estão constantemente doentes e não conseguem ir à escola, não é só a doença que pode ser debilitante; a separação do ambiente da sala de aula e dos amigos também pode ser prejudicial.
A pensar em crianças e jovens em tratamentos de longa duração ou que enfrentam problemas de saúde mental, a empresa norueguesa No Isolation desenvolveu o robô AV1, que tem como objectivo levar a criança até à sala de aula, actuando como se fosse os seus olhos, ouvidos e voz. E isso ajuda a que permaneça ligada aos seus colegas.
O AV1 parece uma versão simplificada e vazia de uma cabeça e tronco humanos. Pode girar a 360 graus e é equipado com uma câmara, microfone e altifalante. Os professores colocam o robô numa secretária em plena sala de aula e o aluno, à distância, controla-o remotamente através de uma aplicação, para a qual recebe um acesso exclusivo.
“As crianças podem tocar ou deslizar o dedo pelo ecrã para olhar para diferentes cantos da sala de aula”, explicou Florence Salisbury, directora de marketing da No Isolation. O aluno pode falar com o professor ou com os seus colegas pelo altifalante e a aplicação tem uma opção de “levantar a mão”, que faz uma luz piscar na cabeça do robô. É também possível seleccionar emojis que são exibidos nos olhos deste.
Salisbury informou que há 3000 unidades AV1 activas em 17 países, principalmente no Reino Unido e na Alemanha, ambos com mais de 1000 robôs no activo.
No Reino Unido, por exemplo, as escolas podem alugar o AV1 por cerca de 150 libras (perto de 12 mil meticais) por mês, ou optar por uma compra única por 3700 libras (equivalente a 295,5 mil meticais), com um pacote de serviços adicional de 780 libras (62 314 meticais) anualmente.
Salisbury acredita que o maior benefício do robô talvez seja a sua capacidade de manter os laços sociais. E, como prova, partilha a história de um estudante de 15 anos em Warwickshire, Inglaterra, que usou o AV1, e cujos amigos levavam o robô para almoçar com eles, mantendo-o incluído no seu círculo social.
“Durante uma ausência prolongada, quando os colegas de turma não conseguem ver os seus amigos durante um longo período, esta conexão com a escola torna-se realmente uma tábua de salvação para o aluno, especialmente para aqueles com alguma condição médica”, enalteceu Salisbury.
Fonte: CNN Portugal