O tempo de permanência no serviço militar obrigatório em Moçambique passa de dois para até seis anos, de acordo com a nova lei aprovada pelo Governo. A medida visa profissionalizar as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), permitindo que os jovens recrutados adquiram formação técnica e profissional antes de regressarem à vida civil, segundo informou a Lusa.
O director de Recursos Humanos do Ministério da Defesa Nacional, Jorge Leonel, explicou que a nova legislação estabelece períodos distintos para diferentes categorias militares, sendo de cinco anos para tropas gerais e seis anos para forças especiais. Com este prolongamento, espera-se que os militares possam sair das FADM com conhecimentos técnicos e prontos para iniciar actividades profissionais ou permanecer na carreira militar.
“A partir deste momento, os que forem incorporados já não terão apenas o período de permanência de dois anos como acontecia anteriormente. Com a nova lei, esse período foi alargado para cinco ou seis anos, dependendo da categoria militar”, afirmou Jorge Leonel.
A decisão também responde à necessidade de reduzir custos para o Estado, já que, segundo o Ministério da Defesa, o sistema anterior obrigava a um recrutamento frequente, o que acarretava despesas elevadas com formação e incorporação de novos contingentes.
A formação nas FADM inclui seis meses de instrução básica e mais seis meses de formação profissional, o que, no modelo anterior, significava que quase metade do tempo de serviço era dedicado à aprendizagem. Com o novo regime, os militares terão mais tempo para desenvolver competências e consolidar a sua formação antes de concluírem o serviço militar.
Além disso, o Governo espera que a melhoria das condições nas FADM leve mais jovens a optarem por permanecer na carreira militar. De acordo com Jorge Leonel, nos últimos anos, o número de solicitações para abandonar as forças armadas diminuiu cerca de 90%, o que demonstra um maior interesse na estabilidade oferecida pelo serviço militar.
O Ministério da Defesa Nacional acredita que, além de fortalecer a estrutura militar do País, a nova medida poderá facilitar a reintegração dos jovens na sociedade, oferecendo-lhes melhores condições de empregabilidade após o cumprimento do serviço militar obrigatório.