A África do Sul comprou em 2023 praticamente 80% da electricidade produzida em Moçambique, que se assume como um dos principais produtores de energia da África Austral, tendo exportado, no ano passado, para mais seis países vizinhos, informou na terça-feira, 31 de Dezembro, a agência Lusa.
Citando o anuário do Instituto Nacional de Estatística relativo a 2023, o órgão explica que o País exportou, em 2024, um novo recorde de 11 585 GigaWatt-hora (GWh), sendo 9079 GWh destinados à África do Sul, o principal cliente da energia nacional.
Seguiu-se o Zimbabué, com 878 GWh comprados a Moçambique, o Botsuana com 396 e a Zâmbia com 235.
Pequenos países vizinhos também dependem da energia nacional, como o reino de Essuatíni, que importou 132 GWh em 2023, e o Lesoto, que comprou 97 GWh, além do Maláui, que importou 4 GWh.
Além das exportações directamente para países vizinhos, o País também exportou 765 GWh, um decréscimo face à média anual desde 2019 acima de 1000 GWh, para o mercado SAPP (Southern African Power Pool), uma rede eléctrica comum formada pelas empresas energéticas da África Austral.
A electricidade exportada por Moçambique para os países vizinhos cresceu 9% em 2023, face a 2022, para um novo máximo, segundo o relatório e contas da estatal EDM, que sublinha a afirmação do País como pólo regional.
“O nosso desempenho na região da África Austral é bastante animador”, referia o anterior presidente do conselho de administradores, Marcelino Gildo Alberto, na mensagem que consta do relatório e contas de 2023 da EDM, noticiado anteriormente pela Lusa.
“Gradualmente, estamos a consolidar o objectivo de tornar Moçambique o pólo regional de energia. Além da alta do volume de exportação, em 2023, aumentámos as vendas de energia ao Botsuana e concluímos, com sucesso, o processo de cobrança da dívida à ZESCO, nossa congénere da Zâmbia, no valor de 1,3 mil milhões de meticais (22 milhões de dólares)”, lê-se na mesma mensagem.