O coordenador nacional da Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) portuguesa Helpo em Moçambique, Carlos Almeida, disse na terça-feira (17) que é urgente ajudar as vítimas afectadas pelo ciclone Chido, que perderam tudo, e adiantou que a associação lançou duas campanhas de angariação de fundos.
Conforme informou a Lusa, o ciclone destruiu infra-estruturas no País, em particular na zona Norte, em Cabo Delgado. Por isso, segundo o responsável, a Helpo lançou a “Iniciativa Emergência Ciclone Chido”. De acordo com a fonte, um dos escritórios da organização ficou danificado porque “uma árvore caiu no telhado e uma parede desabou”, mas, “felizmente, não se perdeu nenhum material” porque a equipa retirou os objectos antes da passagem do Chido, explicou.
Carlos Almeida contou que os estragos já foram avaliados e que, no distrito de Mecúfi, em Cabo Delgado, “ficou praticamente tudo destruído”, sendo que é lá que a organização tem o “Projecto de Reforço dos Serviços de Saúde e Nutrição, que actua naquele distrito e em Ancuabe”.
“O distrito de Mecúfi tem quase 100% das suas casas destruídas, praticamente todas”, lamentou, indicando que “as escolas dos distritos de Ancuabe e Metuge (Cabo Delgado) também foram destruídas, com várias “salas de aulas sem tecto.”
Desta forma, a campanha de recolha de fundos da Helpo, para além de tentar recuperar as infra-estruturas, servirá também, no imediato, “para tentar dar apoio às famílias, porque as pessoas cujas casas foram afectadas perderam tudo, e quando se diz ‘tudo’ é não só a casa, mas também a comida que tinham armazenada”, explicou Almeida, acrescentando: “Temos muita urgência em conseguir fazer chegar ajuda a essas famílias.”
A organização tem ainda activa uma outra angariação de fundos, a “Emergência Moçambique”, que começou na semana passada e, até ao momento, já recolheu cerca de 112,8 mil meticais, porque, durante os protestos pós-eleições de 9 de Outubro, teve duas instalações danificadas: a secretaria da Escola Secundária Heróis Moçambicanos, em Maputo, e a Biblioteca Municipal de Mahate, em Pemba, Cabo Delgado”, indicou.
A biblioteca de Mahate ajudava jovens alunos e professores através do seu equipamento, que a ONGD quer substituir com a ajuda das doações. A organização tem o projecto “Futurando” em Maputo, que apoia dez escolas secundárias, nomeadamente esta que foi danificada. Por isso, A Helpo quer ajudar o estabelecimento a reerguer-se.
“São puros actos de vandalismo, não são manifestações”, salientou.