A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou esta segunda-feira, 16 de Dezembro, que está a acompanhar a “saída futura” de Angola do grupo de países menos desenvolvidos, juntando-se a Cabo Verde e São Tomé e Príncipe na lista de países de rendimento médio.
No anúncio, dos serviços de imprensa da ONU, salienta-se que “Angola integra os países menos desenvolvidos desde 1994 e recebe assistência para a graduação.”
A organização acrescenta que, relativamente aos restantes países de língua portuguesa em África que ainda figuram na categoria de países menos desenvolvidos, estão a Guiné-Bissau, desde 1981, Moçambique, que foi incluído em 1988, e Timor-Leste, que entrou na lista em 2002.
Cabo Verde graduou-se em 2017, ao fim de 30 anos no bloco dos países menos desenvolvidos. Portugal é o único país desenvolvido do grupo de países de língua oficial portuguesa.
O Brasil está no grupo dos países de desenvolvimento médio, sendo que, em 2024, a economia brasileira foi considerada a nona maior do mundo.
Na última sexta-feira (13), a ONU anunciou que “São Tomé e Príncipe deixou oficialmente de integrar a categoria de Países Menos Desenvolvidos”, referindo que esse marco assinala “uma conquista significativa na jornada de desenvolvimento.”
Segundo uma publicação no portal da ONU, o anúncio foi feito em Nova Iorque pelo Escritório da alta representante para os Países Menos Desenvolvidos, Países em Desenvolvimento Sem Litoral e Pequenos Estados-ilha em Desenvolvimento.
A “promoção” de São Tomé e Príncipe foi saudada efusivamente pelo primeiro-ministro são-tomense. Numa declaração divulgada no sábado, Patrice Trovoada afirmou tratar-se de um “marco importante” e de um “momento histórico”.
“É com profundo orgulho e sentido de responsabilidade que hoje partilhamos um marco importante na trajectória de São Tomé e Príncipe — a graduação do nosso país do grupo de países menos avançados para o estatuto de país de renda média. É o reconhecimento do progresso que alcançámos ao longo dos anos, fruto do esforço colectivo de todos os são-tomenses e das parcerias sólidas que cultivamos com a comunidade internacional”, salientou Patrice Trovoada.
A graduação de São Tomé e Príncipe para país de rendimento médio acontece numa altura em que o arquipélago continua sem acordo de crédito alargado com o Fundo Monetário Internacional, apesar do acordo técnico anunciado em Novembro após dois anos de negociações.
O Comité de Políticas de Desenvolvimento das Nações Unidas é que propõe as economias que transitam e identifica as que devem cumprir os critérios para iniciar o processo de graduação que acontece a cada dois anos.
A categoria de países menos desenvolvidos foi criada pela ONU em 1971 e incentiva a prestação de ajuda a países de baixo rendimento, por serem altamente vulneráveis à crise económica e ambiental e terem baixos níveis de desenvolvimento humanos.
Fonte: Lusa