Pelo menos 34 pessoas perderam a vida nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa, durante a passagem do ciclone tropical intenso “Chido”, no domingo. Trinta e cinco mil casas foram afectadas e destruídas 34 unidades sanitárias, de acordo com um novo balanço preliminar divulgado esta terça-feira, 17 de Dezembro.
Um relatório do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), citado pela Lusa, refere que o ciclone tropical, que se formou no dia 5 de Dezembro no sudoeste do oceano Indício, entrou no domingo pelo distrito de Mecúfi, na província de Cabo Delgado, “com ventos que rondaram os 260 quilómetros por hora e chuvas fortes.”
Entre os impactos preliminares já contabilizados, até às 18h00 de segunda-feira, a situação já afectava 174 518 pessoas, num total de 34 219 famílias, 34 mortos (28 em Cabo Delgado, três em Nampula e três em Niassa), 319 feridos, 11 744 casas parcialmente destruídas e 23 598 totalmente destruídas.
Segundo o balanço, foram afectadas igualmente cinco casas de culto, nove escolas e 34 unidades de saúde, com interrupção do sinal das três operadoras de telecomunicações móveis em Cabo Delgado e o corte do cabo de fibra óptica entre Chiure e Namapa, na mesma província.
O ciclone tropical intenso “Chido” atingiu a zona costeira do Norte do País na noite de sábado para domingo, segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE), mas enfraqueceu para tempestade tropical severa, apesar de continuar a fustigar as províncias a norte, com “chuvas muito fortes acima de 250 milímetros por 24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes.”
As autoridades já tinham admitido na quinta-feira (12) que cerca de 2,5 milhões de pessoas poderiam ser afectadas pelo ciclone “Chido” nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, no Norte, e na Zambézia e Tete, no Centro.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril.
O período chuvoso de 2018-2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o País.
Já na primeira metade de 2023, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afectaram mais de 1,3 milhão de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3200 salas de aula, de acordo com dados oficiais do Governo.