A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) alcançou um marco significativo no terceiro trimestre de 2024, com a capitalização bolsista a representar 28,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
A informação foi partilhada pelo presidente do conselho de administração (PCA) da BVM, Salim Valá, durante o Economic Briefing promovido pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA). O evento, realizado sob o tema Dinâmicas de Negócios no 3.º Trimestre e Análise da Conjuntura Actual, destacou o desempenho do mercado de capitais num contexto de desafios económicos globais e internos.
Segundo Salim Valá, o resultado reflecte não apenas o crescimento contínuo do mercado de capitais, mas também a resiliência do sector empresarial moçambicano diante de adversidades como a desaceleração económica, o aumento das tensões geopolíticas e a inflação controlada. “Este desempenho é fruto de esforços conjuntos entre a BVM, os empresários e os investidores, que têm explorado oportunidades de financiamento e inovação para impulsionar a economia do País”, afirmou o dirigente.
Desde 2016, a capitalização bolsista da BVM tem registado uma trajectória ascendente. Naquele ano, o valor correspondia a 10,1% do PIB. Actualmente, a bolsa conta com 16 empresas cotadas, e o número de titulares registados na central de valores mobiliários supera os 26 000. Estas estatísticas, segundo Valá, são indicativas de um progresso constante, embora o mercado ainda enfrente desafios na diversificação e dinamização do segmento secundário.
Durante a sua intervenção, o PCA destacou também os planos estratégicos da bolsa para os próximos anos, que incluem a introdução de novos produtos financeiros, como obrigações sustentáveis, e a modernização tecnológica do sistema de negociação. “Queremos tornar o mercado mais atractivo e acessível, não apenas para empresas locais, mas também para investidores internacionais”, sublinhou.
O briefing da CTA serviu ainda como plataforma para discutir os impactos dos choques externos na economia nacional, incluindo a volatilidade nos preços das commodities e os elevados custos de transporte e combustíveis. Apesar disso, os indicadores do terceiro trimestre de 2024 mostraram um crescimento significativo em áreas como liquidez e volume de negócios, um sinal positivo para o mercado de capitais moçambicano.
Com metas ambiciosas de chegar a 30 empresas cotadas até 2028 e atingir uma capitalização bolsista equivalente a 35% do PIB, a BVM assume-se como um dos pilares estratégicos para o desenvolvimento económico sustentável de Moçambique.
“Este desempenho não é apenas um número. Representa a confiança no mercado e a capacidade de superar desafios. A bolsa é um reflexo da nossa economia e da nossa resiliência colectiva”, concluiu Salim Valá.