O Governo garantiu na quinta-feira, 12 de Dezembro, que vai pagar os salários e pensões de Dezembro aos trabalhadores da administração pública até ao próximo dia 20, informou a Agência de Informação de Moçambique.
Falando num encontro em Maputo com empresários, o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, assegurou que o Governo vai acelerar o pagamento da dívida aos fornecedores de bens e serviços, que ascende 1,4 mil milhões de meticais (perto de 22 milhões de dólares, à taxa de câmbio actual).
O órgão conta que Mateus Magala anunciou um desconto de 10% nos transportes interprovinciais entre 15 de Dezembro e 15 de Janeiro e os géneros alimentícios manuseados no Porto de Pesca de Maputo estarão isentos de taxas de manuseamento, até 94 toneladas, durante o mesmo período.
O responsável acrescentou que o Governo está a tomar medidas para mitigar o custo dos alimentos básicos durante a época festiva, abrangendo bens como arroz, farinha de milho, óleo vegetal e açúcar, não referindo, porém, como é que estes subsídios alimentares serão geridos.
Mateus Magala apontou que a actual situação adversa que Moçambique enfrenta resulta das manifestações e tumultos convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que afirma ter ganhado as eleições presidenciais de 9 de Outubro.
O ministro apelou à cooperação entre os sectores público e privado para ultrapassar a actual crise. “Estas medidas só terão o impacto desejado com o apoio do sector privado”, declarou, reconhecendo o papel deste e o seu interesse em aumentar a produção e o número de empregos.
O responsável acrescentou que há muitos desafios novos e emergentes que o País deve enfrentar urgentemente para alcançar o desenvolvimento sustentável. “Os desafios incluem os efeitos adversos da volatilidade dos preços dos géneros alimentícios, a crise da água causada por secas persistentes e os impactos das alterações climáticas”, apontou.
O governante afirmou que o Executivo tem vindo a promover a diversificação da economia para tirar partido dos seus pontos fortes, através do desenvolvimento de cadeias de valor e da prossecução de reformas para salvaguardar a estabilidade económica, referindo ainda que o abrandamento da economia internacional e o aumento das tensões geopolíticas provocaram uma diminuição do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) este ano, que caiu 3% em relação a 2023. No entanto, mostrou-se optimista quanto a um crescimento económico “moderado” em 2024. “O PIB cresceu 5,4% em 2023 e a previsão para este ano é de 4,3%”, informou.