O partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), que apoia a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, submeteu nesta quinta-feira, 12 de Dezembro, uma queixa-crime contra Orlando Mudumane, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), pelas acusações feitas contra a organização política.
O Podemos acusa Mudumane de fazer “vários pronunciamentos acusatórios” contra o partido, alegando ser este o que ordena a invasão a subunidades policiais, estabelecimentos penitenciários e roubo de armas, visando, depois, fazer um golpe de Estado.
“São pronunciamentos que mancham o bom nome do partido Podemos. Estas palavras deixaram-nos preocupados porque vemos nelas uma incitação ao ódio, a diabolizar aquilo que é a luta do partido pela reposição da verdade eleitoral”, disse Sebastião Mussanhane, secretário-geral do partido, logo após submeter a queixa-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR).
O responsável pediu que a PGR dê o “devido seguimento” à queixa-crime para que o bom nome do partido seja reposto, considerando que as acções policiais, neste momento, são “políticas e não de segurança”.
“Nós vimos uma PRM que se despiu daquilo que são os seus princípios, daquilo que é o seu ordenamento jurídico e vestiu-se de política”, apontou Sebastião Mussanhane, acusando ainda a polícia de perseguir alguns membros do partido.
Moçambique vive desde 21 de Outubro sucessivas paralisações e manifestações em contestação dos resultados das eleições gerais de 9 de Outubro. Os protestos são convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Os últimos dados indicam que os actos já causaram pelo menos 110 mortos e mais de 300 feridos como resultado dos confrontos violentos entre polícia e manifestantes.