As manifestações violentas pós-eleitorais em Moçambique levaram à suspensão parcial da importação de combustíveis pelo porto da Beira, agravando a crise de abastecimento no Maláui, especialmente na região sul daquele país.
Segundo informou a Rádio Moçambique, a cidade de Blantyre, por exemplo, passou a depender quase exclusivamente do porto de Dar-es-Salaam, na Tanzânia, uma rota mais longa e com custos mais elevados.
Tradicionalmente, metade do combustível importado pelo país vizinho chega pelo porto da Beira, enquanto 20% é movimentado via porto de Nacala. Contudo, com os protestos no Centro de Moçambique, essas rotas foram significativamente reduzidas, e a Tanzânia cobre cobre cerca de 80% das necessidades de abastecimento, sobrecarregando a logística.
Segundo a Companhia Nacional de Petróleos do Maláui, cerca de um milhão de litros de diesel estão a ser encaminhados por via férrea a partir do porto de Nacala. No entanto, a operação enfrenta atrasos devido às interrupções provocadas pelos protestos.
“Estamos a acompanhar os desenvolvimentos em Moçambique e a implementar medidas temporárias para mitigar os efeitos no abastecimento,” afirmou Raymond Likambale, porta-voz da companhia.
Os protestos em Moçambique evidenciam a importância estratégica das infra-estruturas nacionais para o comércio regional. O funcionamento pleno dos portos da Beira e Nacala é crucial não só para os países vizinhos, mas também para a economia moçambicana, que beneficia das tarifas associadas ao transporte de mercadorias.
As autoridades locais e regionais esperam que a estabilidade seja restabelecida em breve, permitindo a retoma das operações logísticas e a redução dos impactos económicos das nações interligadas pelos corredores de transporte moçambicanos.