A Associação de Transportes Rodoviários (RFA, na sigla em inglês) pediu a intervenção do Presidente Cyril Ramaphosa no processo de mediação do conflito pós-eleitoral, que acontece há mais de 30 dias em Moçambique, apelando para uma resolução pacífica que leve ao término das manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Numa informação avançada nesta quarta-feira, 11 de Dezembro, pela Rádio Moçambique, a entidade descreveu que a violência que acontece no País está a tomar contornos alarmantes, estando a impactar negativamente a economia tanto de Moçambique, como da África do Sul.
Gavin Kelly, presidente da agremiação, estimou que os prejuízos diários causados pelo encerramento da fronteira de Lebombo sejam de mais de 10 milhões de rands (35,4 milhões de meticais), que incluem perdas nos sectores do turismo, agricultura e serviços, que também dependem do transporte de carga.
O responsável defendeu ainda que, para além do Governo sul-africano, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) também desempenha um papel preponderante no processo de diálogo para encontrar soluções, salientando que a situação poderá expandir-se, afectando ainda países como o Zimbabué, a Zâmbia e o Maláui.
“A situação vai também afectar outros países da região da SADC, que usam os portos moçambicanos para a exportação e importação. O conflito não é bom para o continente africano, uma vez que é um competidor global. Estas acções desestabilizam as empresas”, sustentou.
Esta terça-feira, as autoridades sul-africanas aconselharam os que querem viajar para Moçambique a usarem o posto fronteiriço de Mananga, em Essuatíni, alertando ser apenas destinado a pedestres e veículos pequenos.
Na segunda-feira (9), o Governo sul-africano anunciou o encerramento da principal fronteira com Moçambique, apelando aos empresários que suspendam temporariamente o transporte de mercadorias pelo posto fronteiriço de Lebombo.
A ministra dos Transportes da África do Sul, Barbara Creecy, apelou às empresas envolvidas na área da mineração para que atrasem a saída dos camiões das minas, alertando que as filas de espera na fronteira tinham já uma extensão de 20 quilómetros.
“Por favor, atrasem os camiões nas vossas minas. As filas de camiões no lado sul-africano da fronteira com Moçambique prolongam-se já por 20 quilómetros. A situação dos motoristas [de veículos pesados] é desumana, não existem instalações sanitárias ao longo da estrada, nem água, nem comida”, frisou.