O sector mineiro em Moçambique tem apresentado, nos últimos tempos, uma grande evolução, com potencial para contribuir de forma significativa no desenvolvimento socioeconómico do País. Neste sentido, em jeito de avaliação, a Câmara de Minas de Moçambique (CMM) fez saber que a indústria de mineração gera muitos postos de trabalho para os jovens e várias oportunidades de negócio.
Intervindo durante a 5.ª edição do “German-African Business Summit”, que decorreu em Nairóbi, no Quénia, o presidente da CMM, Geert Klok, afirmou que, nos últimos 20 anos, foram gerados mais de 10 mil empregos directos e indirectos, com o sector a atrair investidores nacionais e internacionais.
O responsável destacou que o País é um grande produtor de carvão, de minerais de areia pesada, de grafite natural e de pedras preciosas, com as minas a estarem localizadas, de uma maneira geral, em áreas rurais tradicionalmente carenciadas de pessoal qualificado, sendo que as empresas procuraram criar programas de treino para profissionalizar os trabalhadores.
“As empresas de mineração oferecem muitas oportunidades para fornecedores de peças de reposição, consumíveis e logística e cadeias de suprimentos inteiramente novas, que foram construídas de raiz”, descreveu Klok, citado num comunicado.
No mesmo contexto, o CEO da Altona Rare, Cedric Simonet, também mencionou que o sector em Moçambique detém um ambiente de negócios positivo, apesar do excesso de burocracia no processo de aquisição das licenças.
“No Quénia, a maioria dos pedidos são feitos online e geralmente estão disponíveis em poucas horas, mas em Moçambique os processos tendem a levar muito mais tempo devido à burocracia. E este é um aspecto que pode ser melhorado”, argumentou.
Em Julho, a Câmara de Minas de Moçambique (CMM) defendeu que o País deve colaborar regionalmente na indústria mineira para criar uma cadeia de abastecimento para a produção de veículos eléctricos.
Na altura, Geert Klok explicou que Moçambique tem uma indústria mineira jovem, em que os recursos minerais são o carvão, a grafite, pedras preciosas e rubis. Porém, as minas estão, muitas vezes, em zonas remotas, levando o País a depender dos mercados de outros países vizinhos.
“O que há a fazer, na minha opinião, é cooperar com a região. Temos de construir uma cadeia de abastecimento, não a nível nacional, mas a nível regional, que se ligue à indústria automóvel e ao mercado, em vez de cada país actuar individualmente”, afirmou o responsável, na 7.ª Conferência sobre mineração em África (MOTA – Mining On Top Africa), em Paris.