Com o objectivo de aumentar a produção de gás natural e, ao mesmo tempo, manter a produção de crude acima de um milhão de barris por dia (bpd) para além de 2027, Angola tem uma forte carteira de projectos planeados para 2025. Para além dos desenvolvimentos de petróleo e gás, o país procura diversificar a sua matriz energética através de investimentos em hidrogénio verde e energias renováveis. O ano de 2025 promete ser excitante para o sector energético angolano.
Ronda de licitações 2025
Angola lançará o seu próximo concurso internacional de petróleo e gás no primeiro trimestre de 2025. Parte da sua estratégia de licenciamento de seis anos, lançada em 2019, a ronda de licitações de 2025 inclui nove concessões offshore. A área disponível inclui o Bloco 22, o Bloco 35, o Bloco 37, o Bloco 38 e o Bloco 36 na bacia offshore do Kwanza e o Bloco 40, o Bloco 25, o Bloco 39 e o Bloco 26 na bacia offshore de Benguela. As empresas interessadas em participar no concurso podem apresentar o seu interesse à Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), a entidade reguladora do sector a montante do país.
Shearwater lançará um estudo em águas profundas para a TotalEnergies
A empresa de geociências marinhas e tecnologia Shearwater Geoservices vai iniciar uma pesquisa de nós de fundo oceânico em águas profundas em Angola para a TotalEnergies em Janeiro de 2025. O estudo terá a duração de dois meses e meio e abrangerá os campos Louro e Mostarda no Bloco 32, que alberga o projecto Kaombo em águas ultra-profundas. A TotalEnergies procura explorar ainda mais seis campos – incluindo Louro e Mostarda – em toda a concessão.
Refinaria de Cabinda vai começar a funcionar
O país da África Autral espera processar o primeiro petróleo na Refinaria de Cabinda no primeiro trimestre de 2025, prevendo-se que as operações comerciais comecem em Julho de 2025. Propriedade da Gemcorp (90%) e da Sonangol (10%), a refinaria terá capacidade para produzir 30 mil bpd na primeira fase, produzindo produtos como gasóleo e combustível para aviões. Na segunda fase, a capacidade duplicará para 60 mil bpd, acrescentando produtos como a gasolina e o gás.
Início da primeira produção de gás não associado
O consórcio angolano New Gas Consortium (NGC) – que conta com os parceiros Azule Energy (operador), Cabinda Gulf Oil Company Limited, Sonangol E&P e TotalEnergies – pretende iniciar a produção do primeiro projecto de gás não associado do país no final de 2025 ou no início de 2026. O projecto de 2,4 mil milhões de dólares – actualmente 50% concluído – terá uma capacidade de 330 milhões de pés cúbicos padrão por dia (mmscf/d) e inclui o desenvolvimento dos campos de Quiluma e Maboqueiro. Todos os acordos comerciais necessários foram assinados pela NGC e pela ANPG em Novembro de 2024, seis meses antes do previsto.
Angola tem como objectivo uma quota de 25% de gás no cabaz energético
Angola pretende aumentar a quota do gás natural no cabaz energético para 25% até 2025, contra os níveis actuais de 7%-10%. Tanto o projecto de gás não associado de Angola como o projecto de ligação de gás magro de Sanha – desenvolvido pela grande empresa de energia Chevron – apoiam este objectivo. O projecto Sanha, no valor de 300 milhões de dólares, que deverá entrar em funcionamento este mês, fornecerá gás à primeira instalação de GNL do país: Angola LNG. Com este projecto, a Chevron colocará em funcionamento mais 600 mmscf/d no Bloco 0 até ao final de 2024. O país também publicou o seu Plano Director do Gás (GMP) para comentário público. Com a duração de 25 anos, O GMP visa desenvolver mais de 40 campos de gás.
Espera-se uma decisão final de investimento no projecto de hidrogénio verde
Angola espera chegar a uma Decisão Final de Investimento sobre o seu projecto inaugural de hidrogénio verde em 2025. Desenvolvido pela Sonangol em parceria com a empresa de energia CWP, a Gauff Engineering e a Conjuncta, o projecto de 600 MW terá capacidade para produzir 400 mil toneladas de hidrogénio verde por ano.
Projecto Solar de Quilemba entra em funcionamento
O Projecto Solar de Quilemba – com capacidade para gerar 45 MW de energia – está a caminho de iniciar as operações no quarto trimestre de 2025 ou no início de 2026. Desenvolvido pela Sonangol em parceria com a TotalEnergies e a empresa de energia Greentech, o projecto alinha-se com a estratégia multi-energia da TotalEnergies em Angola.
Fonte: Further Africa